Bem-Vindos ao Linux!

Essa publicação é voltada àquele usuário novato e/ou curioso que não sabe nada ou quase nada sobre os sistemas sob o kernel Linux.


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Linux, este incrível Kernel. Após analisar algumas publicações de curiosos e/ou novatos no mundo Linux, tive a ideia de criar este post para reunir as principais dúvidas, além de listar quais facilidades e dificuldades os usuários de Linux recém-chegados do Windows e/ou do macOS poderão encontrar.

Numa clara referência a uma grande obra do cinema… que não posso citar nomes por motivos de Copyrights:

Quem tiver dúvidas sobre qual pendrive escolher, lembrem-se:

Tudo que ofereço é a verdade. Nada mais.

A quem pegou o pendrive vermelho, hoje serei o seu guia.

Damas e cavalheiros…

Sejam bem-vindos ao Linux!

Sumário:

  1. Introdução
  2. Linux
  3. Liberdade
  4. Por que o Linux é gratuito?
  5. Sou obrigado a contribuir?
  6. Por que o Linux não é popular se ele é gratuito e bom?
  7. Distribuições
  8. Instalação
  9. Drivers
  10. Acabei de chegar do Windows. O que posso esperar do Linux?
  11. Acabei de chegar do macOS. O que posso esperar do Linux?
  12. Games
  13. Segurança
  14. Considerações Finais

1) Introdução

No que você pensa quando você lê o nome “Linux”?

Você, por acaso, tem lembranças sobre algum ponto de seu passado em que você teve que trabalhar/estudar com alguma versão do Linux?

Sentiu falta de programas e/ou ferramentas que você utilizava no Windows ou no macOS que lhe fizeram causar estranheza ao usar Linux pela primeira vez? Ou ainda, você possui uma mente limpa e apenas tem curiosidade de saber do que se trata esse nome tão popular da comunidade entusiasta da informática geek ou mesmo do famigerado sistema utilizado em servidores mundo afora?

  • Não importa o que você pensou.

Aqui, tentarei trazer todos os usuários a um lugar comum, um refúgio de paz aonde o que vale acima de tudo é o conhecimento e você, novato e/ou curioso, decidirá qual caminho seguir a partir daqui.

Faz tempo que a curva de aprendizado do Linux deixou de ser uma rota perigosa e mortal!

Se você nunca utilizou o Linux, saiba que ele será apresentado da maneira mais amigável possível. E se já utilizou Mandrake ou Kurumin e tem muito o que reclamar deles, esse não é mais o momento: São sistemas relativamente obsoletos e dentro do mundo Linux temos versões mais completas e muito mais simples de usar.

2) Linux

O nome Linux é dado ao coração do sistema; saindo dos termos complicados, você deve saber que o hardware é a parte que você chuta; e software é a parte que você xinga. Ou seja, hardware compõe CPU, RAM, GPU, etc e software são os programas como o Firefox ou o Google Chrome.

O que o kernel Linux faz é juntar os dois: Faz o hardware comunicar com o software, e vice versa. Faz por exemplo um reprodutor de áudio entender que o som deve sair das caixas de som. Por estar intrinsecamente ligado ao hardware, o kernel controla e gerencia os drivers também.

Imagine que você digitou um “www.linuxuniverse.com.br” no Firefox. O Kernel Linux fez o trabalho de pegar o momento do pressionamento das teclas, e levou isso aos drivers de interface humana;  depois mandou isso para o sistema operacional, quem transcreveu a saída desse teclar em letras na tela. Quem desenhou as letras no seu monitor, foram os drivers de vídeo, estes, sob as ordens do kernel Linux, o coração.

Linux, o núcleo com grande peso histórico!

Em suma, os linux desktop são categorizados genericamente como Linux mas devo enfatizar que este termo é somente o núcleo, o coração desse sistema.

Como explicado neste post, no trecho sobre a Origem do GNU, Stallman tentou desenvolver um sistema operacional aberto e livre mas ele faltava um kernel. Após anos de luta atrás de um núcleo que fizesse o GNU funcionar, o Linux caiu como uma luva salvando o dia e se tornando o herói; por isso ele recebe maior destaque nos fóruns e na mídia. Hoje o sistema chamado apenas de “Linux” foi originado da união do sistema operacional GNU + kernel Linux. Ou seja, o núcleo de gerenciamento de hardware e seus drivers, com os programas da interface de usuário.

 – Tá, mas, e a popularidade? O Linux é só um kernel. Por quê ele é tão importante?

Primeiro, porque esse núcleo é permissivo: Você pode adicionar drivers proprietários e licenciados a ele, para que rode aplicações e hardwares específicos, coisa que o kernel Hurd, do GNU original, não fazia.

O kernel Linux é acima de tudo de código aberto e gratuito. Com ele você pode gerenciar uma grande gama de diferentes hardwares, desde computadores, mainframes, dispositivos portáteis, bombas de combustível, modems e roteadores, etc.

Isso permite maior controle sobre o hardware, dando aos desenvolvedores liberdade para lidar com cada trecho possível dele, mesmo que em alguns casos dependa de engenharia reversa.

A chave disso é liberdade, abordada no próximo tópico.

3) Liberdade

O Linux em si possui uma licença de código aberto (Copyleft), mantida pela FreeSoftware Foundation.
– O que isso tudo quer dizer?
Quer dizer que ele é gratuito e livre.
Como assim?
Ele é de graça e seu código fonte pode ser explorado por quem quiser, sejam programadores, entusiastas, curiosos ou mesmo pessoas que ajudam a comunidade a procurar problemas e falhas – e também pessoas más que só querem ver o mundo queimar.

O código fonte do Linux pode ser encontrado aqui, após compilado ele tende a ocupar aproximadamente 15 GB de armazenamento, fora os drivers proprietários como NVIDIA e AMD que podem ser instalados separadamente.

Enquanto sistemas como o Apple macOS ou o Microsoft Windows são pagos e licenciados – seu uso possui Termos de Uso e diretrizes rígidas – o linux e a maioria de seus programas são livres e gratuitos, tendo o usuário liberdade para fazer o que quiser. Essas liberdades foram tratadas no código base do projeto GNU, sendo estas:

  • A liberdade de executar o programa como desejar, em qual hardware ele desejar, para qualquer propósito, não importando se será de uso civil, militar, técnico ou cientifico.
  • A liberdade de estudar como funciona o programa e adaptá-lo às suas necessidades. O acesso ao código-fonte é uma condição prévia para isso.
  • A liberdade de redistribuir cópias para que você possa ajudar seus conhecidos, colegas e amigos.
  • A liberdade de melhorar o programa e divulgar suas melhorias para o público, para que toda a comunidade se beneficie. O acesso ao código-fonte é uma condição prévia para isso.

Um exemplo prático e simples de restrição de uso, é com relação ao Windows 11 Pro que a Microsoft não permite que seja utilizado como Servidor. Para isso você DEVE adquirir a licença do Windows Server 2022 e utilizar somente o Windows Server para este fim, do contrário, você estará infringindo a lei e poderá correr riscos de perda de patrimônio financeiro se insistir e for autuado em flagrante pelas autoridades competentes!

No caso do Linux, qualquer versão e qualquer distribuição linux pode ser usada com a finalidade que quiser, seja ele em um servidor, em um terminal de acesso remoto, em um computador pessoal, em um sistema embarcado, portátil, mobile, etc, etc.

4) Por que o Linux é gratuito?

Uma questão de escolha e de princípios.

Como citado anteriormente, o Linux de desktop se chamava originalmente GNU/Linux. O cabeça do projeto GNU, Richard Stallman, defende a liberdade de compartilhamento de código de programas em benefício de todos. Você pega o programa, usa onde quiser, explora seu código, edita ele como quiser, republica ele para a comunidade e todos se beneficiam das melhorias que você fez.

Da mesma maneira o kernel Linux encabeçado por Linus Torvalds, cujos programadores, vários deles não ganham dinheiro pra isso, colaboram com seu conhecimento adicionando recursos ao kernel permitindo que ele suporte novas tecnologias e hardwares; no final, estes mesmos programadores saem no “lucro” de terem um sistema melhorado com melhor suporte possível e toda a comunidade se beneficia disso.

Basicamente todos ali se ajudam e todos saem ganhando. E o resultado disso, nós, os usuários/entusiastas/técnicos/curiosos comuns, podemos nos aproveitar de todo esse trabalho comunitário.

Apenas pra esclarecer: o GNU e o Kernel podem ser cobrados, é estipulado na cláusula da licença GNU GPL v3. A condição máxima é de que o código fonte seja tornado público!

Como qualquer projeto sem fins lucrativos, o sistema Linux precisa de doações/incentivos para se manter. Por sorte temos diversas empresas que aportam investimentos para o projeto contribuindo para mante-lo; e essas empresas se beneficiam das melhorias que o projeto recebe.

5) Sou obrigado a pagar?

Pague somente se quiser!

O Linux é gratuito, sim, mas caso você assim o desejar, pode fazer doações para as instituições que cuidam do projeto Linux e do seu sistema. A FreeSoftware Foundation por exemplo é uma organização sem fins lucrativos que necessita de doações voluntárias para se manter, tais quais diversos outros projetos dentro do mundo colaborativo livre como a Wikipedia ou a fundação Mozilla, dona do Firefox.

6) Por que o Linux não é popular se ele é gratuito e tão bem comentado?

Porque primeiramente, o projeto é gratuito e livre. Sem fins lucrativos, não há propaganda dele em massa na mídia. Ele até vem por padrão em diversas marcas e modelos de computadores mas costumam ser versões pouco amigáveis, fechadas e pesadas que mais denigrem o nome Linux do que o ajudam de fato. E seu desenvolvimento, pelo menos nos primeiros anos, foi focado em servidores e não usuários finais.

O Linux nasceu de um sistema originalmente servidor, o UNIX. O Linux adentrar os maquinários domésticos foi algo relativamente recente.

O maior problema está no fato de que até meados de 2007 o Linux não era amigável, os sistemas baseados em linux disponíveis tinham poucos recursos se comparado ao Windows ou macOS e muitas configurações feitas neles deveriam ser feitas via linhas de comando no terminal, o que era contraproducente para o que foi estipulado até ali: interfaces de usuários amigáveis!

Quem não experimentou o auge do Windows XP® que atire a primeira pedra!
*pegando um guarda-chuva de aço*

Quem vai querer utilizar um sistema que exige saber usar linhas de comandos, se existe o Windows ali muito mais amigável e focado no usuário comum? Por muito tempo isso o deixou restrito ao seu foco original, os servidores e sistemas embarcados de caráter industrial, militar ou científico.

7) Distribuições

No mundo Linux, uma “distribuição” é a adição de várias ferramentas e softwares ao kernel Linux, compondo o que pode de fato ser chamado de um “Sistema Operacional Desktop”.

Por algum motivo, a comunidade num geral optou por chamar de “Distribuições” ao invés de simplesmente “Sistemas Operacionais”, que são o que realmente são. Por exemplo, o Windows usa ZLIB e várias outras bibliotecas e componentes presentes em Linux e ninguém chama ele de “Distribuição baseada em MS-DOS” – Para quem não está antenado, o Windows foi construído nos moldes do MS-DOS, uma interface por linhas de comando.

Mesma coisa a distribuição Fedora, a OpenSUSE, o Mageia, ArchLinux, Debian, etc. Todos são classificados como “Linux” mas com variações, sistemas com layouts diferentes, temas diferentes, aplicações diferentes, além de formatos de instalação de programas, todos diferentes.

O que todos tem em comum é o fato de seguirem as normas XDG – X Desktop Guidelines – quem determinou até então certas hierarquias de pastas do sistema; e o fato de todos usarem o kernel Linux.

Uma vantagem – ou desvantagem? – do mundo Linux é a liberdade de escolher qual sistema mais combina com você e poder customiza-la o quanto quiser, trocando até a interface de usuário e colocando um menu iniciar com disposição e botões novos, por exemplo.

Por outro lado, isso divide a comunidade gerando sistemas que não são compatíveis entre si – Um programa do Fedora não abre no Debian – e gerando restrições que não deveriam existir.

Temos ainda membros na comunidade que buscam trazer soluções para compatibilizar programas e funções entre as variadas distribuições linux; infelizmente esse suporte ainda está longe do ideal e pode trazer alguma dor de cabeça dependendo da distribuição que você escolher para seu uso pessoal.

As que possuem o melhor suporte no momento são as baseadas no Debian, como LinuxMint e Ubuntu, ou ainda as distribuições como o Fedora, OpenSUSE e Manjaro, que possuem uma grande comunidade.

Versão e interface cabe o usuário escolher aquele que melhor combina com seu perfil e necessidades.

8) Instalação

Tanto a instalação do sistema quanto a instalação de programas no linux são absurdamente simples.
Seguindo um exemplo: Os instaladores do Windows tem formato .exe ou .msi.
Os do Linux, dependendo da distribuição, é no formato .deb ou .rpm.
E todos possuem seus instaladores que facilitam e agilizam o processo.

Interface do Gdebi, o instalador de programas em formato .deb. No exemplo acima, bastou clicar 2x sobre o AdobeAir.deb que o instalador apareceu. Clicando em Instalar Pacote, todo o processo é automático.

Os vindouros Flatpack e Snap, ainda em fase de implementação massiva na comunidade, virão com sistemas de instalação ainda mais simples com a vantagem de ser multisistema; enquanto o .deb só roda em Debian, Ubuntu e similares e o .rpm é padrão do Fedora, os pacotes Flatpack e Snap serão universais pra rodar qualquer programa em qualquer distribuição linux.

9) Drivers

Quando se trata de drivers, o Linux não tem nenhum segredo na instalação deles, na verdade, a maioria nem precisa instalar.

Opostamente ao que ocorre no Windows, onde você precisa ir no site da fabricante do computador baixar os drivers corretos, e, da mesma forma como ocorre no macOS, o kernel Linux carrega consigo todos os drivers dos principais fabricantes de computadores que existem na atualidade incluindo máquinas mais antigas.
A ideia é que o usuário sequer perca tempo instalando drivers; uma vez que o sistema foi instalado, estará tudo pronto para uso de imediato logo após o boot!

Impressoras da HP e da Epson costumam ser as que possuem melhor compatibilidade:
Basta plugar um cabo USB á máquina ligada e pronto, o kernel Linux ja as reconheceu e as instalou.

Infelizmente podem ocorrer incompatibilidades com drivers de vídeo e Wifi, nesse caso a troca da versão do sistema ou mesmo do kernel resolve o problema; isso é algo simples que pode ser feito com um programa, novamente, nada de terminal de comandos!

A quem desejar mais “liberdade”, ainda temos os kerneis dos sistemas como o GNU/Linux Trisquel, que focam em serem abertos e tão somente abertos, que não trazem consigo e nem suportam drivers proprietários – nada de nvidia, AMD ou Intel.

Por conta disso, você pode ser livre na ideologia, mas acabar preso num computador sem tirar proveito de toda sua capacidade de processamento por conta disso; drivers abertos tendem a não ter o mesmo desempenho dos proprietários, uma vez que são desenvolvidos, em sua maioria, com engenharia reversa.

Triste, mas, no mundo atual 99.9% de todo o hardware vendido ao público é feito sob código proprietário, sendo o próprio hardware proprietário. Se o Hurd em 1990 tivesse se aberto a drivers proprietários, o Linux não existiria! O Hurd seria suficiente ao lado do GNU como sistema alternativo.

10) Acabei de chegar do Windows. O que posso esperar do Linux?

A mudança será grande, a começar pela interface que será bem diferente. Mas nada que um pouco de esforço não te ajude a se adaptar. Primeiramente você precisa ter mente aberta a novas experiências e ter consciência de que precisará se adaptar a programas novos caso utilize algum que só exista no Windows.

Por exemplo:

  • Não temos o Internet Explorer – Ainda bem – Temos o Firefox, Opera e o Google Chrome como opções de browsers.
  • Não temos Adobe Photoshop, mas temos o GIMP e o Krita.
  • Não temos o 3DS Max, mas temos o Blender.
  • Não temos o Microsoft Office, mas temos o WPS Office e o LibreOffice.
  • Não temos o Adobe Illustrator, mas temos o Inkscape.
  • Não temos Windows Media Player, mas temos o VLC Media Player.

Interface de trabalho do Krita, um poderoso e gratuito editor de imagens do Linux

Tudo vai depender de sua adaptação ao sistema e o quanto estará disposto a mudar para isso.

Tem quem não pode abrir mão do Photoshop ou precisa rodar o AutoCAD, por exemplo. Para isso, ainda temos como alternativa o WINE, um programa que permite rodar programas originalmente lançados para Windows em formato .exe, no linux, como se fosse um programa nativo. O WINE, só para constar, não é um emulador, mas um tradutor em tempo real – camada de abstração – que pega o código em formato .exe e traduz para binário para o Linux.

Interface do Lutris, um gestor para o WINE, que permite gerenciar a instalação de programas originalmente criados somente para Windows. O desempenho da execução deles depende de muitos fatores, mas o curioso é que, como o foco do WINE era executar games, sua compatibilidade é maior. Você pode executar Crysis com todos os shaders habilitados; mas poderá ter problemas para executar o CorelDRAW por exemplo.

Crysis 1 executando no WINE num Core i7 com GPU Intel HD Graphics 5500 de 256Mb.

Ainda assim temos muita coisa que executa bem, como o Google Earth, Spotify, Netflix, TeamViewer, VirtualBox, Steam, Telegram, Java, Flash Player, Skype, etc.

11) Acabei de chegar do macOS. O que posso esperar do Linux?

A mudança inicial não será tão gritante se o foco for layout.

How to Install Mac OS Catalina Theme in Ubuntu 20.04 – UbuntuHandbook

Com as modificações corretas você pode deixar o Linux com um tema mais amigável. No print acima, Linux Ubuntu MATE 20.04 com tema do Apple macOS Catalina. O Clementine ou o Amarok como alternativa ao iTunes e você terá suporte ao iPhone!

Você poderá sentir falta inclusive de programas que até então o macOS tinha em comum com o Windows, como o iWork e o AutoCAD. Nesse caso é melhor colocar na balança o que você realmente utiliza para que a mudança não te cause mais prejuízos do que melhorias.

12) Games

Em algum lugar da internet, vocês já devem ter lido que o Linux é uma péssima plataforma para jogos.
Não vou fazer rodeios aqui: Temos sim bons games rodando no Linux mas não é uma regra para todos.

Neste post eu mostrei como o Linux permite grande otimização para games, com foco em tirar mais desempenho de máquinas obsoletas. E isso é um fato. A questão chave será quais games que realmente rodam?

A Valve, dona da Steam, lançou o SteamDeck rodando sistema Linux ArchLinux modificado chamado SteamOS e se propôs a lançar games para o Linux. Desde então temos grandes títulos vindo para o Linux. Dentre eles destaco todos da Source Engine (Portal, Half Life 2, Team Fortress, CounterStrike GO, etc.), além de grandes games como The Witcher 3 e Rise of the Tomb Raider.

A loja da Steam pode ser facilmente instalada no linux e os games disponíveis nativamente podem ser facilmente acessados numa categoria própria.

Caso você seja um gamer assíduo que joga de tudo, é melhor continuar usando Windows para games, tendo em vista que ainda há muitos games que não rodam satisfatoriamente no Linux, como por exemplo o League of Legends – resultados mistos, temos usuários que conseguiram e outros que tiveram problemas.

Nesse caso recomendo usar Linux em dual boot, assim você terá o Windows para games e o restante poderá ser feito no Linux.

13) Segurança

A galera do Windows sabe da má fama que o sistema da Microsoft possui no aspecto infecções por vírus e outras pragas virtuais; nesse aspecto o Linux é muito mais seguro. O Linux possui um usuário especial chamado Root – sim, o root, o mesmo usuário do Android que tem controle sobre tudo!

Esse usuário não fica habilitado o tempo todo e impede que programas mal intencionados rodem no sistema sem a devida permissão. Além disso por padrão o sistema pede senhas para qualquer tarefa administrativa.

Falando em permissões, os arquivos e pastas do sistema possuem definições bem especificas de permissão de acesso, limitando o uso pelos próprios programas. Exemplo, os programas relacionados a servidores como um banco de dados de um site, são por padrão montados sob o usuário www-data. Esse usuário difere do padrão e do root, tendo permissões únicas impedindo que uma infecção ataque esses arquivos.

Tal qual a segurança no macOS e no Windows, um virus só entra no Linux caso o usuário seja extremamente descuidado e queira instalar programas de fontes não confiáveis – e mesmo levando isso em conta é difícil uma ameaça entrar no sistema Linux por uma série de fatores. Dentre esses fatores, posso listar:

  • Privilégios de usuários padrão do sistema.
  • A arquitetura modular do Linux, isolando programas uns dos outros.
  • Firewall simples e eficiente.
  • Incompatibilidade de malwares populares para com o Linux.
  • Sistema de auditoria, embutido em todos os Linux, grava mudanças não autorizadas.
  • O código é publico e livre, qualquer um pode analisá-lo e ajudar a encontrar falhas.

Em suma, vírus em sistemas Linux são como filhotes de pombo, a gente sabe que existe mas quase ninguém nunca viu.

A galera do macOS ficará um pouco “a pé” com a segurança caso migre pro Linux. Os Mac’s possuem a tradição de serem sistemas seguros por terem base de segurança do FreeBSD, tradicionalmente super seguros. Mas a discrepância da segurança não vai longe. O Linux permite criptografar pastas de usuário tal qual o macOS.

Um dos poucos pontos de insegurança, pode ficar na instalação de um .deb sem assinatura digital em um Ubuntu. Mas como todos os pacotes atuais existem nos repositórios, nas lojas virtuais do sistema e no site oficial dos programas, não existe bem um risco real de algum usuário instalar um .deb que cause problemas. Também, como a maioria dos programas é gratuito e livre, não compensa procurar “crack” e versões alternativas em sites como o The Pirate Bay: Os próprios desenvolvedores os fornecem gratuitamente.

14) Considerações Finais

O sistema Linux poderá te beneficiar em muitos aspectos trazendo leveza, beleza, segurança e acima de tudo, otimização para tarefas do dia a dia. Se você tiver mente aberta e quiser aprender a usar um novo sistema, o Linux será um prato cheio nesse aspecto.

Mas seja sensato, a migração para o Linux deve ser gradual para não causar grande impacto inicial assim como para que o usuário tenha certeza de que o sistema o atende em todos os requisitos.
Não adianta querer “fugir” do Windows se você é gamer, ou querer “fugir” da Apple se você precisa especificamente do iWork, por exemplo. Nesse caso é melhor utilizar o Linux em dual-boot ou mesmo aguardar até que o suporte a esses programas surja algum dia no futuro.

Caso você prefira continuar no comodismo de sempre, pode continuar no macOS ou no Windows… então você acorda na sua cadeira e acredite no que quiser acreditar.

Mas você, usuário simples que normalmente apenas precisa redigir um documento de texto, que ouve musicas no Spotify, acessa a internet para espiar o Facebook e assistir Netflix, em suma, nada muito entusiasta ou gamer, quiser conhecer um novo sistema e ter uma visão diferente de mundo, então o Linux é ideal para você!

Seja Bem-Vindo ao Linux!

#UrbanCompassPony

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