Uma clássica comparação entre os 2 sistemas, porém sob duas óticas: O ponto de vista leigo e o ponto de vista técnico. Quero mostrar quais os recursos cada sistema possui e não qual o melhor.
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Introdução
Antes de começarmos me adianto que ter um pré conhecimento do que é o Linux é fundamental. Portanto não deixe de ler nossa publicação Bem Vindo Ao Linux! Com isso em mente, preciso deixar claro que NÃO escolhi um sistema favorito!
Aqui estou analisando o sistema Linux de maneira genérica, afinal, tudo que você faz em 1 distro, também pode fazer nas demais.
Exemplo, Ubuntu, Debian, Fedora, Manjaro, ZorinOS, Gentoo, ArchLinux e etc, tanto faz a distro em uso, todos suportam os drivers da NVIDIA, todos suportam o WINE, todos suportam a loja da Steam, etc.
Portanto, tudo que for abordado aqui pode muito bem ser aplicado em quaisquer distros Linux, com maior ou menor grau de dificuldade, dependendo apenas do tipo de empacotamento que a distro utilizar – E isto é de cara um ponto negativo para o Linux, que mais abaixo vou abordar em maiores detalhes!
Se for pra nomear um favorito, por opinião pessoal, seria o Ubuntu, por ser o mais simples e amigável de usar e que serve de porta de entrada para a maioria dos usuários. Os usuários mais avançados que já possuem uma distro favorita, peço discrição na leitura, afinal, alguns recursos podem ser encontrados em sua distro com maior ou menor grau de dificuldade.
Antes de começarmos esta batalha, deixarei claros os pontos a serem considerados nas comparações:
- Farei duas abordagens, uma mais leiga, sob a ótica de um usuário inexperiente e outra para um usuário avançado.
Portanto a leitura da publicação também objetiva que ambos os públicos compreendam-na! - Tentei abordar os pontos positivos, negativos e onde os sistemas são idênticos em recursos legados.
- Meu foco são os usuários comuns domésticos. Quem buscar uma comparação a nível servidor/empresarial deve dar uma lida nesta outra publicação!
Ponto de Vista Leigo
Pontos em Comum: Softwares
Exatamente aonde qualquer tarefa no Windows 10 pode ser feita em Linux – ou vice versa – sem perdas de produtividade:
- Navegação Web com Google Chrome, Mozilla Firefox ou Opera
- Video Conferências via Skype
- Suporte remoto via TeamViewer e AnyDesk
TeamViewer nativo no Linux
- Suporte a Acesso Remoto via protocolo RDP
- Acesso a e-mails com Mozilla Thunderbird
- Gestor de Máquinas Virtuais VirtualBox
- Editor de Audio Audacity
- Modelagem 3D e Renderização Blender
- Loja de Games Steam
Pontos em Comum: Interface
Ferramentas nativas de gerenciamento, presentes em ambos os sistemas, que podem ser usadas por pessoas mais leigas. Todos com interface gráfica de usuário, isto é, nada de usar terminal aqui!
- Gerenciador de Updates
- Gerenciador de Processos
- Gerenciador de Downloads
- Gerenciador de Drivers de Vídeo
Drivers proprietários da NVIDIA nativos no Linux
- Configuração de Audio
- Configuração de Resolução de Tela e de DPi
- Customização de Atalhos do Teclado
- Gerenciamento de Energia
- Gerenciamento de Protetores de Tela
- Gerenciamento para Múltiplos Monitores
- Ajustes de Teclado e Mouse
- Mudança de temas do sistema
- Gerenciador de Firewall
- Gerenciador de Redes
- Gerenciador de Usuários
- Gerenciamento de Impressoras
- Cópia de Sombra de Volume
Pontos Alternativos: Interfaces
O Windows ficará sozinho nessa categoria porque ele possui coisas da interface que o Linux não possui. Por exemplo:
- Configuração da Cortana
- Services.msc – Serviços do Sistema
- Agendador de Tarefas
- Configuração da Telemetria do Windows
- Ativar ou Desativar Recursos do Windows
- MSConfig – Menu de Serviços da Microsoft e do Windows
- Configurações de Compartilhamento de Arquivos para Dispositivos Próximos
- Etc
Alguns desses menus, possuem interface gráfica para Linux, porém devem ter instaladas e configuradas á parte. Outros, são exclusivos do Windows, como a Cortana.
Pontos Alternativos: Softwares
Tarefas do Windows que podem ser feitas no Linux porém com alguma perda de produtividade. Essa perda é estritamente ligada ao trabalho a ser realizado, portanto tem quem não vai notar grande diferença e tem quem vai se sentir perdido com a mudança e achá-la inviável, só depende do usuário.
- Edição de imagens raster
Windows: Adobe Photoshop
Linux: GIMP - Edição de imagens vetoriais:
Windows: Adobe Illustrator
Linux: Inkscape
Interface do GIMP
- CAD
Windows: AutoCAD
Linux: LibreCAD
Abordamos aqui 10 alternativas para o AutoCAD! - Modelagem 3D
Windows: 3DS Max
Linux: Blender - Office
Windows: Microsoft Office
Linux: LibreOffice 6.2.2.2
Interface do LibreOffice
- Edição de Vídeo:
Windows: Adobe Premiere, Corel VideoStudio, HitFilm Express, Magix Movie Edit Pro, Nero Video, Sony Vegas
Linux: DaVinci Resolve, Natron, Avid Media Composer, Hiero/Nuke, Jahshaka
Interface do editor de vídeos profissionais Jahshaka
- Edição de Audio
Windows: Adobe Audition
Linux: Audacity - Lojas de Aplicativos
Windows: Microsoft Store
Linux: Software Boutique, SnapStore, GNOME Software - Gerenciador de Downloads de Torrents
Windows: uTorrent
Linux: Transmission
Pontos Alternativos: Interface
Ferramentas do Windows que possuem versão alternativa no Linux e vice versa, porém com alguma perda de produtividade. Essa perda é estritamente ligada ao trabalho a ser realizado, portanto tem quem não vai notar grande diferença e tem quem vai se sentir perdido com a mudança e achá-la inviável, só depende do usuário.
- Edição e Customização de Desktop:
Windows: Softwares de Terceiros
Linux: Tweak Tools, Nativo
Ponto de Vista Técnico
Pontos em Comum: Softwares
Desta vez, trago a parte interna de cada um, como as API’s e outras ferramentas de desenvolvimento suportadas:
- Java
- Vulkan
- UnZIP
- OpenGL
- Drivers AMD
- Drivers Intel
- Adobe FlashPlayer
- Módulo de Segurança Warsaw
- Drivers NVIDIA + Suporte a CUDA
Falamos mais sobre os módulos NVIDIA aqui! - Microsoft Core Fonts (Arial, Times New Roman, etc)
- Drivers de 90% das impressoras do mercado
- Games do Windows, via WINE/dxvk.
Demos maiores detalhes aqui!
Pontos em Comum: Sistema
Ambos compartilham de recursos de rede, gerenciamento e usabilidade que os tornam práticos tanto para os usuários comuns quanto para sistemas corporativos.
O Windows possui os instaladores em formato .exe e .msi que tornam seu uso e manutenção práticos. Já o Linux, possui pacotes em formato .deb ou .rpm que agilizam a instalação e manutenção do sistema. Nesse quesito ambos empatam.
Também há outro ponto comum:
Ambos possuem bibliotecas compartilhadas para gerenciamento dos programas instalados. O Windows possui as chamadas DLL’s, que são atalhos e executáveis pontuais de determinados frameworks, que auxiliam no desenvolvimento dos softwares.
Enquanto isso, o Linux possui as chamadas lib.so, bibliotecas que cada programa instalado pode compartilhar uns com os outros, economizando espaço em disco e auxiliando no desenvolvimento de softwares.
E obviamente, ambos os sistemas podem sofrer do mal de “dependências ausentes ou desencontradas” caso ocorram falhas ou ausência de DLL’s ou .so’s.
Pontos Alternativos: Softwares e Firmwares
Tarefas do Windows que podem ser feitas no Linux porém com alguma perda de produtividade. Essa perda é estritamente ligada ao trabalho a ser realizado, portanto tem quem não vai notar grande diferença e tem quem vai se sentir perdido com a mudança e achá-la inviável, só depende do usuário.
- Kernel
Windows: NT
Linux: Linux - API Gráfica
Windows: DirectX
Linux: OpenGL, Vulkan - Gerenciamento e controle de Active Directory
Windows: AD
Linux: Samba 4 - Gerenciamento de Pacotes
Windows: .msi, .exe
Linux: .deb, .rpm, etc. - Sistemas de Arquivos
Windows: NTFS, FAT32, ReiserFS
Linux: EXT4, BTRFS, FAT32, NTFS - Análise de Dados e Ferramentas de Verificação do Sistema
Windows: msinfo32
Linux: inxi - CommandLine Interface:
Windows: PowerShell, CMD
Linux: BASH, FISH, SH, etc.
Comparamos o PowerShell e o BASH nesta publicação!
Pontos Alternativos: Interface
Ambos sistemas suportam edição de interface de forma simples, bastando ajustar parâmetros em arquivos de texto. No Linux são vários .conf, .cfg… enquanto que no Windows, lá em C:\Windows\Resources\Themes você pode editar os arquivos de parâmetros e layout com o bloco de notas, enquanto que os demais arquivos que compõe os temas são apenas arquivos compactados com outro nome; 7Zip e WinRAR suporta abri-los para edição. No aspecto customização de temas, ambos empatam de maneira técnica, o Windows 10 apenas perdeu público e foco, porém ainda suporta esse recurso para os mais exigentes. O recurso é apenas equivalente, semelhante, não são métodos idênticos para Windows e Linux.
Além disso, ambos permitem mudar o Gerenciador de Janelas!
Porém cada um com seu respectivo gerenciador. Enquanto para Linux temos por exemplo openbox, kwin, fluxbox, compiz, wayland e etc, o Windows 10 possui suporte ao AquaSnap, SplitView (pago), Mosaico (pago), HashTWM, Divvy (pago), bug.n e etc.
Windows 10 com AquaSnap. A diferença está em como as janelas são criadas e gerenciadas no desktop.
Além disso, enquanto que o Linux suporta novos desktop environments, como o MATE, XFCE, LXDE, KDE e GNOME, o Windows possui a possibilidade de mudar o Shell, basicamente o menu iniciar e parte dos recursos de desktop, trazendo layout totalmente reformulado para uma melhor experiencia de usuário.
Entre eles, temos o LiteStep, Sharpenviro, Emerge Desktop, Classic Shell e o CairoShell.
Windows 10 com CairoShell
O objetivo do CairoShell é tornar o Windows 10 algo mais próximo do macOS no tema.
Pontos Alternativos: Sistema
Linux é mais aberto a modificações, e portanto te permite ter controle de processos até então ocultos ou restritivos. Por exemplo, o conteúdo da pasta /sys é dotado de arquivos especiais que controlam chamadas diretas com o Kernel Linux. Por exemplo, via /sys você pode controlar manualmente o LED do CapsLock sem mudar a caixa do texto, controle de hardware. O /sys é uma excelente maneira de conversar cara a cara com o kernel, no nível mais baixo que um usuário comum pode chegar.
Você pode por exemplo trocar totalmente o Kernel Linux por outro, uma versão mais antiga, uma versão modificada como o Liquorix ou ainda simplesmente remover o Linux e instalar o Kernel BSD em seu lugar!
Por outro lado o Windows admite tais chamadas porém de maneira mais restrita e indireta, com comandos de API’s com .NET Framework via PowerShell ou editando o Registro do Sistema. Essas chamadas adicionam recursos até então ocultos, como invocar a tela azul da morte com um simples atalho de teclado, algo que lembra uma vaga alternativa ao REISUB do Linux.
“Pra quê fazer um esquema de sincronia de discos e desligamento seguro, se você pode simplesmente mandar o sistema
pro vinagre invocando uma tela azul da morte instantânea?”
Conclusão
Dá pra se dizer que tudo é uma questão de hábito e costume. E claro, sair da zona de conforto e estar aberto a novas experiências, seja la qual sistema você abraçar. Não apontei um melhor ou um pior, porque cada um tem suas particularidades, essa decisão é apenas sua, leitor!
#UrbanCompassPony
Autodidata, me aprofundei em sistemas operacionais baseados em UNIX®, principalmente Linux. Também procuro trazer assuntos correlacionados direta ou indiretamente, como automação, robótica e embarcados.
muito bom ^.-.^ C: