Windows no SteamDeck

Um hardware tão especial merece uma análise dedicada! Avaliamos como ficou o Windows no SteamDeck após 1 ano de seu lançamento.


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1. Introdução

Considerando que a Valve deixou seu hardware aberto, com a firmware UEFI de um computador doméstico convencional, trocar o sistema operacional e configurá-lo é tão prático quanto simplesmente formatar um computador comum com um pendrive plugado.

Mas até onde tal liberdade/conveniência é de fato útil? E depois de tantos meses, usar Windows em um SteamDeck é viável? Os drivers – até esta data foram lançados em meados de Setembro/2022 – são suficientes pra executar programas e jogos?

Vale a pena remover o SteamOS e usar Windows?

1.1 Ventoy

Bom, sem muito segredo:

Ventoy + ISO do sistema, a velha receita de bolo, plugou, iniciou pelo Boot Menu, começou a instalação!

Se quiser utilizar uma tela externa para instalar o Windows 10/11, o sistema reconhece os HUBs USB e funciona normalmente, não requer drivers de vídeo nessa etapa e nem depois que o sistema já está na área de trabalho. O driver é para adicionar aceleração de hardware.

Caso tenha problemas com Secure Boot, pode desativá-lo na Firmware UEFI.

1.2 Histórico

No lançamento do SteamDeck o desempenho geral era bem inferior com Windows, conforme mostrado pelo LTT:

Em medos de novembro de 2022 saiu um novo driver da APU que melhora vários aspectos do driver de tela.

Inclusive, é importante mencionar que se você quiser você pode entrar no site oficial da AMD e baixar o instalador online que vai automaticamente detectar a placa e baixar o driver apropriado! Se a Valve não der o suporte… aparentemente a AMD o dará.

2. Windows 10 Pro

O primeiro sistema de nossos testes é o Windows 10 Pro!

Bom, conforme mencionado antes, durante a instalação de outro sistema operacional a tela fica de lado.

Para se instalar o Windows no SteamDeck é pertinente acessar este link e baixar os drivers necessários.

As imagens padrão, tanto do Windows 10 quanto do 11 não trarão todo o suporte necessário para a placa de vídeo, WiFi e outros periféricos. Esses drivers podem ser instalados depois que o sistema estiver inicializado na área de trabalho.

Também é importante mencionar que a Valve NÃO dá qualquer suporte oficial ao Windows 10. Ela forneceu drivers para o SteamDeck e seu suporte é “as-is”, ou seja, é do jeito que está. Se há problemas, bugs, mal desempenho etc, você não deve reclamar com a Valve!

Com sorte encontrará aplicações/drivers/scripts feitos pela comunidade Windows para o SteamDeck.

2.1 Configuração

A configuração pode ser realizada pela touch screen; o driver nativo do Windows é suficiente pra reconhecer os menus!

Os comandos pelos botões no corpo do console também podem ser utilizados: O trackpad direito é o movimento do mouse, R2 é clique esquerdo, L2 é clique direito. Analógicos não movem o Mouse aqui. Teclado e mouse USB funcionam normalmente.

Instalação realizada, e rápida por ser diretamente no NVMe interno do aparelho, vamos aos ajustes!

2.2 Ajustes

Na área de trabalho, primeiro ajustamos o display, de forma simples, clique direito na área de trabalho, configurações de exibição. Aqui não é necessário configurar o driver de vídeo ainda.

A touch screen funcionou perfeitamente. Inclusive o Windows já entra em modo Tablet, portanto sua navegação ficou absolutamente amigável e funcional. – Tal qual foi a proposta de sua interface!

2.3 Drivers

Ao atualizar o sistema ele não encontrou nenhum driver extra, apenas updates do próprio sistema operacional. Ou seja, ele funciona essencialmente com drivers básicos de vídeo – com a aceleração por CPU – e com o indicador de bateria; mas sem som, sem WiFi, leitor do microSD Card e sem Bluetooth.

O Gerenciador de Dispositivos nesse estado:

A essa altura, qualquer dispositivo plug n play que for conectado às portas USB, que funcionam em qualquer sistema Windows, funcionarão aqui. Ou seja, por exemplo, o adaptador Cabo de Rede para USB funcionou de primeira, poupando os problemas com WiFi por enquanto.

Baixando os drivers da Steam, realizei as instalações. Os drivers disponíveis são:

  • APU driver
    Basicamente o driver de vídeo!
  • Wi-Fi driver
  • Bluetooth driver
  • SD Card reader driver
  • Audio drivers

O primeiro driver instalado foi o de Vídeo.

Ao final da instalação, a tela ficará novamente de lado! Uma vez reajustada para Paisagem, você também poderá configurar o Brilho da Tela conforme sua necessidade.

Os drivers seguintes de bluetooth, wifi e sd card instalaram sem grandes segredos, com installer.exe e installer.bat. O mais “complicado” é o driver de áudio que são arquivos .inf que devem ser instalados clicando direito sobre os arquivos .inf e clicando em Instalar. Você deve instalar os 2 drivers dos dois arquivos compactados conforme a recomendação do site oficial.

2.4 Sistema

O Sistema funciona de forma bastante fluída, bom desempenho das animações das janelas e boa responsividade ao abrir aplicações já que a instalação se deu no armazenamento interno.

Os comandos pelos botões no corpo do console podem ser utilizados. O trackpad direito move o mouse, trackpad esquerdo rola a tela em documentos ou navegadores de internet, R2 é clique esquerdo, L2 é clique direito. Analógico direito também move o Mouse. Teclado e mouse USB sem comentários, são funcionais.

Alguns atalhos simplesmente são evocados diretamente no Windows como se estivesse no SteamOS depois que a loja Steam foi instalada e está em execução! Por exemplo, se pressionar a tecla STEAM + X você vai abrir o teclado especial virtual do SteamOS que é navegado pelos trackpads!

Se a Steam for fechada ou desinstalada, os atalhos não funcionam mais.

Da mesma forma o botão Steam invoca o Big Picture – ele É a interface padrão no SteamOS – e o botão Acesso Rápido abre uma aba lateral para configurações de sistema.

Você pode estar pensando: Mas se é tudo igual, então os recursos avançados do SteamDeck funcionam no Windows!?

Não é bem assim. Na verdade no modo Big Picture o botão Acesso Rápido exibe sim um menu, mas absolutamente mais básico com ajustes simples. Pelo menos o QPS, que exibe a taxa de FPS no canto da tela, está disponível!

Em um primeiro momento, a cara e a usabilidade são padrões e muito semelhantes ao SteamOS, o que vale o destaque é o desempenho geral que é muito fluído quando comparado com outros portáteis ou mesmo notebooks que executam Windows. 

O consumo de RAM em idle se manteve estável aos 2.8 Gb dos 12 Gb disponíveis. – Aloquei 4 Gb para memória de Vídeo pela BIOS; instalação padrão sem qualquer modificação no registro do sistema.

Durante toda a review utilizei a saída de vídeo estendida, deixando o monitor externo 1080p como principal e a tela do SteamDeck como secundária.

Curiosamente, o desempenho é tão bom que faz inveja a muita máquina de boa especificação que já tive a oportunidade de mexer! A instalação das aplicações foi rápida e fluída o tempo todo, sem nenhum tipo de gargalo também.

2.5 Energia

O Windows 10 Pro possui as otimizações energéticas padrões de um notebook. Desde ativar modo economia de energia aos 20%, ou ainda poder ajustar o modo Desempenho para máximo, mesmo estando em uso na tomada.

Dessa forma, você pode forçar o console a trabalhar com alta performance, mesmo se estiver somente com a bateria! E claro que isso fará a bateria durar poucas horas. A previsão de acordo com a Valve é que dure até 1.5h quando em uso mais pesado, enquanto que pode durar 8h se seu uso for moderado.

Um ponto importante: Pode estar com o SteamDeck plugado e em pleno uso, desconectá-lo da energia não afeta em nada no desempenho, não há qualquer mudança. O console roda com poder total, independente se está na tomada ou na bateria; e independente do nível da bateria, a menos que você deliberadamente ligou o modo de economia ou este modo está ativo para iniciar automaticamente.

No quesito energia, em resumo, é semelhante ao SteamOS. Mas o consumo energético é ligeiramente maior, porque quando em idle o Windows ainda consome 2.8 Gb de RAM – quanto mais RAM consumida, mais energia é gasta – e não é raro vermos o cooler ligando no máximo, mesmo que sem necessidade, à menor elevação de carga de processamento – provavelmente porque o driver da APU não tem todas as otimizações vistas no Linux.

2.6 Steam

Vamos à cereja desse bolo: A Steam!

Loja baixada e instalada, reforçando que a funcionalidade é básica de um computador. Inclusive a função de configurar um armazenamento alternativo para salvar os games é a mesma habitual de quem já utilizava a loja em um sistema Windows de um computador comum.

Pode utilizar o microSD card ou um armazenamento USB Externo, desde que estejam formatados respectivamente em exFAT e NTFS.

2.6.1 Controles

O suporte aos controles físicos na carcaça e a controles externos via USB, como o DualShock, são os mesmos vistos no SteamOS, de forma que se o jogo, como o 171 tiver problemas com os controles no SteamOS, também os terá no Windows.

Portal por exemplo tem suporte nativo aos controles e, por mais que sua interface seja a padrão de desktop – não é a interface especialmente projetada vista no SteamOS – responde aos controles físicos e tela touch.

Games non-Steam vão funcionar conforme o suporte ao Windows, ou seja, podem ou não funcionar dependendo de quais drivers estão configurados no sistema operacional.

2.6.2 Games

E claro, vamos testar os games novamente! Afinal, otimizar o Windows 10 basta pra que os jogos rodem bem?

Os games testados foram os mesmos, executados de forma semelhante a como foram instalados e executados no SteamOS na nossa Análise Definitiva:

  • 171 – Instalado no armazenamento interno

Instalação ocorreu normalmente, como em um PC convencional. Na hora da execução:

Ta bonito, mas a taxa de frames foi vergonhosa: 20 FPS.
Fiz ajustes e reduzi os gráficos mas não adiantou, o desempenho está ruim, não chega a ser injogável mas é incômodo.

  • Self-Checkout Unlimited – Instalado no armazenamento interno.

Instalação ocorreu normalmente, como em um PC convencional. Na hora da execução:

Executando bem e com alta taxa de FPS. Esse jogo é um exemplo de que a execução está adequada tal qual seria no SteamOS!

  • Resident Evil 2: Remake – Instalado no SSD Externo via USB 2.0

Instalação ocorreu normalmente, como em um PC convencional. Na hora da execução:

Executando bem a 60 FPS. Esse jogo é um exemplo de que a execução está adequada tal qual seria no SteamOS!

  • Counter-Strike: Global Offensive – Instalado no SSD Externo via USB 2.0

Instalação ocorreu normalmente, como em um PC convencional. Na hora da execução:

Executando bem a 60 FPS. Esse jogo é um exemplo de que a execução está adequada tal qual seria no SteamOS!

  • Portal – Instalado no armazenamento interno.

Instalação ocorreu normalmente, como em um PC convencional. Na hora da execução:

A tela de entrada é a mesma do sistema Windows, não há a tela customizada que é vista ao rodar no SteamOS; porém todos os controles físicos e controles via USB funcionaram normalmente.

O jogo rodou a 60 FPS porém sem constância, apenas fluído. Ou seja, 90% do tempo executou a 60 FPS, mas qualquer ação de gatilho interno do game, por exemplo, passar pelo portal ou ainda quebrar uma caneca, vai gerar um congelamento de meio segundo, inclusive no áudio. Uma determinada cena do início com portais sendo gerados periodicamente, nota-se a queda de FPS a cada novo portal aberto. É um exemplo de game que apresenta sérios problemas de desempenho.

2.6.2 Games Non-Steam

Os games non-steam, bem, podem ser instalados normalmente como você faria em um computador de mesa, então essa etapa é de fato simples e não há muito o que explicar. Os jogos testados foram:

  • GTA San Andreas – Executando do SSD Externo via USB 2.0

Instalação ocorreu normalmente, como em um PC convencional. Na hora da execução:

Não apenas está perfeito, como essa minha versão possui uns ajustes de joystick.dll que reconheceram os controles do SteamDeck quase que imediatamente. Apenas alguns comandos ficaram trocados, mas alterá-los nas configurações resolve o problema.

O SteamDeck não reconhece os botões físicos como botões especiais de joystick, mas sim como comandos do teclado! É como um teclado extra. Ao mapear por exemplo Entrar em Veiculo, que seria o botão Y, o SteamDeck reconhece como Enter; mas não há conflito com teclados existentes, é classificado como um segundo teclado. Portanto nesse jogo você não terá um “joystick” nas configurações, apenas os controles tradicionais do teclado.

  • GTA IV – Executando do SSD Externo via USB 2.0

Instalação ocorreu normalmente, como em um PC convencional. Na hora da execução:

Executou a 60 FPS mas observei os mesmos engasgos do Portal, porém com menos frequência, dependendo muito da área da cidade que se está passando. As especificações foram semelhantes às utilizadas no teste no SteamOS.

Ao contrário do SteamOS com Proton, o jogo aqui não teve nenhum artefato na tela.

  • Outros

Lembra que eu mencionei que a Valve não dá suporte pleno ao Windows? Pois de fato você vai ter que testar jogo por jogo, tentativa e erro. Há games que vão executar de primeira, perfeitamente.

Outros, vão rodar engasgando, e ainda, haverão games que vão fechar no meio da jogatina e voltar pra área de trabalho, o famoso erro CTD – close to desktop.

2.7 Benchmark

Novamente trazemos nosso amigo Unigine Superposition para observar até onde ela tira proveito do hardware! Já detalhei suas vantagens nesta publicação e o fato de ser um excelente benchmark que executa tanto no Linux quanto no Windows.

Considerando que ela utiliza DirectX, contra o OpenGL no Linux, porém os drivers de Windows não tem a otimização do Linux, essa batalha será ÉPICA!

Com DirectX:

Pontuação: 2170

  • Mínimo FPS: 9.36
  • Média FPS: 16.23
  • Máximo FPS:  19.74
  • GPU Temp: Sensor não identificado.

Com OpenGL:

Pontuação: 2019

  • Mínimo FPS: 12.72
  • Média FPS: 15.10
  • Máximo FPS: 19.04
  • GPU Temp: Sensor não identificado.

Para refrescar a memória, no SteamOS 3.0 o resultado foi:

Pontuação: 2039

  • Mínimo FPS: 12.55
  • Média FPS: 15.26
  • Máximo FPS: 18.61
  • GPU Temp Mín.: 45 graus
  • GPU Temp Max.: 79 graus

Ou seja…

O Windows teve a pior mínima, mas também teve o maior pico de FPS. Aqui, o que vale é o quão estável o sistema executou, ou seja, qual a distância do mínimo e máximo comparado à média. No SteamOS as variações foram as menores, ~3 FPS entre a mínima para a média e a máxima para a média. No Windows, essa variação foi maior.

Obviamente são poucas unidades de diferença, o que eu poderia facilmente afirmar que há um empate técnico. O driver do Windows é suficiente pra execução do benchmark e não fica tão distante do desempenho no Linux, fica até um pouco melhor por atingir picos que o Linux não atinge.

2.8 Aplicações

Também testei diversos aplicativos. A dúvida é: Posso utilizar o SteamDeck como um computador comum ou mesmo notebook? As aplicações testadas foram as mesmas da análise definitiva e os resultados iguais eu não vou publicar aqui, portanto o que está ausente, considere que executou sem problemas. Pra complementar, avaliei os seguintes:

  • Microsoft Office 2019

Não apenas funcionou normalmente, como o teclado do SteamDeck também pode ser invocado e funciona normalmente – desde que a loja esteja aberta em segundo plano!

Trackpad esquerdo rola o documento e o direito move o mouse.

O teclado virtual do SteamDeck funciona a qualquer momento no sistema, dentro de qualquer aplicação!

  • Blender 3.4.1

Resultados e desempenho semelhantes aos vistos no SteamOS, com renderização prevista em 3 minutos e 20 segundos.
Uma diferença sutil, fácil de ignorar.

Eu troquei o driver da APU baixando um direto no site da AMD. Mas o desempenho se manteve igual e também sem suporte a HIP no Cycles Engine. Isso é no mínimo estranho, já que oficialmente as placas de vídeo RDNA1 e RDNA2 suportam a tecnologia HIP.

2.9 Veredito

Utilizar o Windows 10 Pro em um SteamDeck até que não foi tão ruim quanto esperado, na verdade, tudo funciona tão bem que eu ouso afirmar que pode SIM substituir o SteamOS; com ressalvas e observações.

3. Windows 11 Pro

Dizem que o coração do Windows 11 é igual do Windows 10.
Será mesmo? Será que a interface do Windows 11 ficará melhor na tela touch?
Tiramos a prova e instalamos o último sistema da Microsoft.

Em essência a instalação se dá da mesma maneira que no Windows 10, com a tela de lado e o básico, como a tela touch screen e os drivers do NVMe compatíveis nativamente. Obviamente que a interface e o layout são diferentes mas isso não influencia aqui na análise.

3.1 Configurações / 3.2 Ajustes

Pularemos essas sessões porque são iguais às do Windows 10.

3.3 Drivers

Os drivers merecem destaque: Ao contrário do que foi observado nos updates do Windows 10, o Windows 11 trouxe vários drivers da AMD!

Os drivers que foram automaticamente instalados foram:

  • Wi-Fi driver
  • Bluetooth driver
  • SD Card reader driver

Ou seja, faltou apenas instalar o driver de vídeo e de áudio. Ponto a favor pra Microsoft.

3.4 Sistema

O Sistema funciona de forma fluída, bom desempenho das animações das janelas e boa responsividade ao abrir aplicações já que a instalação se deu no armazenamento interno.

As observações são as mesmas do Windows 10 acima, porém com o adicional que o sistema foi mais bem pensado na questão UI/UX para telas touch do que o Windows 10. Um exemplo são as janelas que possuem recursos extras para touch screen, como o tiling no botão de maximizar:

windows 11) tiling windows the right way : r/ultrawidemasterrace

Para usá-lo, use o trackpad direito para deixar o mouse sobre o botão maximizar e após 1 segundo a mini janela aparecerá.

Admito, essa mini-interface na tela touch sensitiva do SteamDeck funciona pecaminosamente bem.

Curiosamente, o desempenho é tão bom que faz inveja a muita máquina de boa especificação que já tive a oportunidade de mexer! Eu diria que é até superior ao Windows 10, uma vez que o Windows 11, por mais que seja a princípio um “Windows 10 mais bonito”, tem alguns pormenores que o tornam um pouco melhor na sua base de execução.

3.5 Steam / 3.5.1 Games

A configuração da loja Steam também não tem muito mistério.

Inclusive a configuração do microSD Card pra ser usado como unidade de armazenamento alternativa se dá da exata maneira como foi vista no Windows 10!

Os resultados com os games foram basicamente os mesmos, em desempenho e em gráficos. Além disso o suporte aos controles também são iguais.

Até os problemas foram os mesmos, o game Portal apresentou os engasgos vistos anteriormente, GTA IV engasgou em algumas áreas do mapa apesar de rodar a 60 FPS e o CS: Go! ficou adequado tanto em desempenho quanto qualidade.

3.6 Benchmark

O resultado do benchmark ficou no mesmo nível do benchmark do Windows 10. com sutis variações após a vírgula.

3.7 Aplicações / 3.8 Aplicações Extras

As aplicações compatíveis são as mesmas do Windows 10, sem quaisquer ressalvas para adicionar aqui.

3.9 Veredito

Utilizar o Windows 11 Pro em um SteamDeck funciona tão melhor que o Windows 10, principalmente às adições na UI/UX touch que eu ouso afirmar que pode SIM substituir o SteamOS; com ressalvas e observações.

4. Conclusão

Utilizar Windows, seja ele 10 ou 11 em um SteamDeck, foi uma experiência intrigante, ainda mais pelo fato da Valve afirmar que não há tanto suporte quanto o SteamOS; porém com poucas funcionalidades ausentes. No fundo é uma faca de dois gumes mas 1 desses gumes não é tão afiado:

  1. Por um lado, executar o sistema, abrir planilhas do Microsoft Excel, ter suporte aos controles físicos e touchscreen, além dos trackpads, com wifi, bluetooth, áudio e leitor microSD funcionais, saída HDMI pelo HUB USB, tudo funciona perfeitamente. Inclusive com desempenho geral acima da média, com boa gerencia multitarefas, sem congelamentos, sem travamentos, nada!
  2. Por outro, há games que podem apresentar sérios problemas de desempenho, mesmo aqueles que rodam tranquilamente em um computador convencional com Windows; e que rodaram também com bom desempenho no SteamOS. Isso se deve muito ao driver gráfico e aos games não terem as mesmas otimizações que o SteamOS possui.

Dependendo dos games que você pretende jogar, sejam eles Steam ou Non-Steam, o Windows 10/11 no SteamDeck – e eu não acredito que vou afirmar isso mas – pode sim substituir o sistema original do aparelho justamente porque “tudo funciona dentro do esperado”.

Atento que com a troca do sistema para Windows você não terá:

  • Atalhos do sistema SteamOS, como o Button Remap e o painel de gestão de taxa de frames na tela, que são recursos avançados inerentes aos drivers Linux.
  • Não há suporte ao FidelityFX Super Resolution (FSR): recurso que faz upscaling dos games de forma a reduzir consumo de energia, otimizar gráficos, aumentar o FPS e ainda preservar a qualidade geral.
  • Suporte nativo a todos os controles do mercado. A Loja Steam por si suporta e mapeia os controles, porém games non-Steam com controles via USB vão requerir configurações extras ou drivers extras.
  • Suporte de fábrica a drivers plug n play que normalmente existem no Kernel Linux por padrão. Exemplo, o touchpad do DualShock 4 e do DualSense funcionam como Mouse no SteamOS – ou qualquer outro Linux; no Windows esse suporte não é nativo.
  • Por mais que o Windows possua diversos modos de gestão energética, o sistema em si consome mais recursos e energia que o SteamOS, então não é surpresa que a média de duração da bateria tenda a ser menor, seja em idle, seja em jogos ou aplicativos.

E mesmo tais recursos ausentes citados na lista, vários podem ser configurados manualmente e/ou possuem soluções alternativas.

Penso que por mais que não seja tão prático ou cômoda a configuração inicial do Windows no SteamDeck, ainda vale a pena a troca do sistema se você for um usuário muito apegado ao sistema da Microsoft e/ou não se adaptou ao sistema nativo do console, e que além disso, não faça tanta questão dos recursos oferecidos pela Valve.

#UrbanCompassPony

2 comentários em “Windows no SteamDeck”

  1. Review excelente! Em relação ao Windows não dar opções de instalação de drivers (não encontrar) você pode usar o https://www.snappy-driver-installer.org, é uma boa ferramenta, de código aberto e o download é via P2P. Uso ela para baixar os drivers do Windows Server, que é meu SO principal e apenas ela funciona. Recomendo que teste.

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