Sistema de pagamentos PIX roda sob Linux

Infraestrutura adotada pelo Banco Central para processamento do PIX utiliza tecnologia da Red Hat. Conheça mais detalhes dos bastidores!


| Se você apoia nosso site, desative o AdBlock quando visitá-lo, inclusive em Mobile!
Os anúncios são poucos e não invasivos. Se quiser contribuir com nosso trabalho, clique em qualquer banner de sua preferência, exceto dos Parceiros. 
Mais detalhes clicando aqui.


1. O que é o PIX?

O PIX é o mais novo sistema brasileiro de transferências monetárias eletrônicas e imediatas. Gerenciado pelo Banco Central, ele promete ser a revolução ante o TED e ao DOC.

Para isso, a ferramenta usa uma rede moderna que funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive feriados, e que engloba diversas instituições financeiras.

Semelhante ao sistema do Bitcoin, porém, o PIX não utiliza blockchain; O que faz o PIX funcionar é algo criado pelo Banco Central chamado Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI).

Para entendermos aonde o Linux se encaixa nessa história, precisamos entender o SPI!

2. O que é o SPI?

O SPI é o sistema que torna possível transferências em tempo real entre as instituições financeiras participantes do PIX. Ele é gerido e operado pelo Banco Central, por meio do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban). De acordo com a circular do Banco Central:

Em termos técnicos, o Sistema de Pagamentos Instantâneos é “a infraestrutura centralizada de liquidação bruta em tempo real de pagamentos instantâneos que resultam em transferências de fundos entre seus participantes titulares de Conta Pagamentos Instantâneos (Conta PI) no Banco Central do Brasil.

Ou seja, se o PIX fosse uma rede social, SPI seria toda a tecnologia e infraestrutura por trás da plataforma. As pessoas não o veem, mas é este sistema que garante o funcionamento dos pagamentos em tempo real.

2.2 Em tempo real mesmo?

Segundo o Banco Central, o SPI garante a transferência de dinheiro do pagador e a disponibilização do valor ao recebedor de forma instantânea – independentemente do horário ou do dia. Ou seja: pagou, o dinheiro “caiu”.

Podem haver intermitências no sistema?

Sim. Mesmo meses após o PIX ir ao ar para o público, vemos algumas fintechs e outros bancos apresentar o PIX instável em momentos diversos, mas isso aparentemente é algo específico da instituição que apresenta o problema. O Banco Central garantiu a infraestrutura, agora as instituições devem se adequar para ela!

3. Os Bastidores

Certo, vimos até aqui sobre o PIX, e também vimos que este executa sobre o SPI. Mas o que roda por trás do SPI, qual a sua base, que permite ser tão instantâneo? O Linux!

3.1 O Linux

O Banco Central (BC) escolheu como base para o SPI uma tecnologia de código aberto fornecida pela Red Hat, chamada Red Hat AMQ, parte do programa Red Hat Integration, escolhida através de uma licitação para contratação de uma arquitetura distribuída, baseada no Apache Kafka.

A solução, do tipo Mensageira, fornece streaming de dados distribuídos com alta produtividade e baixa latência para operar, escalar e gerenciar aplicações em um ambiente Kubernetes nativo em nuvem. – Amplamente utilizado na Industria 4.0, ou seja, na Internet das Coisas (IoT)!

Como afirma Vicente Fernandes, Chefe da Divisão de Arquitetura de Servidores, Armazenamento e Software Básico do Banco Central:

Queríamos criar uma solução que oferecesse transferências financeiras seguras e flexíveis, melhorando a experiência de nosso cliente, enquanto reduzíamos custos por transação e promovíamos a diversidade financeira.

Com a Red Hat AMQ Streams (kafka), Red Hat Ansible Automation Platform, Red Hat OpenShift, entre outras tecnologias de código aberto como o próprio sistema RHEL, o Banco Central pode suportar milhares de transações por segundo de forma econômica, mantendo o serviço disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. Nas palavras de Gilson Magalhães, Presidente da Red Hat do Brasil:

As soluções open source da Red Hat estão auxiliando o Banco Central a transformar e modernizar o ecossistema de meios de pagamento brasileiro de uma forma sem precedentes. A estratégia inteligente do banco e as tecnologias de ponta oferecem uma inovação que coloca o sistema financeiro do país em linha com os mais desenvolvidos do mundo.

Entre as soluções Red Hat, o Banco Central implantou o Red Hat Ansible Automation Platform para criar e oferecer funcionalidades de automação de infraestrutura, assim o PIX pode ser integrado com soluções de automação, permitindo centralizar o gerenciamento. Já o Red Hat OpenShift, plataforma de Kubernetes empresarial, foi escolhido para hospedar aplicações de lógica de negócios.

O Banco Central trabalhou amplamente com o Red Hat Consulting e com o Red Hat Training para se familiarizar e implantar com sucesso sua nova infraestrutura de serviços em todos os níveis, e com o Red Hat Technical Account Manager para suporte contínuo e monitoramento, identificando potenciais problemas de maneira proativa e solucionando possíveis desafios. Ainda nas palavras de Fernandes:

A Red Hat foi uma parceira ativa e essencial neste projeto. A empresa forneceu propostas que otimizaram nossa arquitetura, gerando melhor disponibilidade. Além disso, alocou uma grande equipe, com técnicos experientes que nos ajudaram a nos familiarizar com a tecnologia e melhores práticas.

3.2 Benefícios da inovação

A arquitetura tecnológica de alta performance permite ao Banco Central reduzir consideravelmente os tempos de processamento. Durante os testes com um volume de 2 mil transações por segundo, o banco processou, com sucesso, 99% do total em menos de quatro segundos, usando o AMQ Streams e o Ansible Automation Platform.

O Banco Central planeja continuar trabalhando com a Red Hat para otimizar a disponibilidade, segurança e performance do PIX, assim como acrescentar novas ferramentas para continuar melhorando sua experiência de usuário. Há planos para expandir o pagamento sem contato e ferramentas para transações via e-commerce para 2022. Fernandes concluiu:

Já estamos vendo um retorno sobre o investimento com a plataforma do PIX. Daqui para frente, acreditamos que a sociedade brasileira como um todo vai se beneficiar da solução inovadora que introduzimos.

4. Conclusão

Apesar das bases TCP/IP do FreeBSD serem melhores que as do Linux, o Linux aqui mostrou que é mais rápido quando o assunto é girar dinheiro! – Brincadeiras á parte ok?!

Apesar da matéria não mencionar, dá-se a entender que o Banco Central está utilizando o Red Hat Enterprise Linux 7 ou 8 como sistema principal de seus clusters de processamento de dados; em conjunto com serviços em Nuvem fornecidos pela própria Red Hat. – Mas isso, claro, é apenas uma suposição.

De forma definitiva o Linux moveu o mundo na informática, fez a diferença nos supercomputadores e agora está mais atrelado ás finanças com o SPI e o PIX! Isso mostra o quão longe o software gratuito e livre consegue chegar. – Apesar de ser um grande problema quando o assunto são os equipamentos domésticos rsrs

#UrbanCompassPony

Fontes:
computerworld
techtudo
nubank

Deixe um comentário