Análise de Sistema Operacional: helloSystem

Testamos o novo sistema helloSystem, que promete agradar fãs da Apple® com uma interface amigável. Venha conferir nossas primeiras impressões!


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1. Introdução

Logo que eu fiquei sabendo do anúncio e do lançamento das primeiras ISO’s do helloSystem, sistema baseado no FreeBSD, eu estava apenas aguardando um momento pra analisá-lo apropriadamente.

Eis que o momento chegou e trouxemos nossas primeiras impressões do sistema. Analisamos desde o boot até a usabilidade do mesmo!

Reforçando, que o fato da UNIX Universe estar mudando para Linux Universe não muda o fato de analisarmos sistemas UNIX e BSD; todos continuam bem-vindos aqui!

2. Boot

Ao inicializar a ISO, veremos o bootloader típico do FreeBSD – o mesmo do pfSense e do FreeBSD “original”.

E pouco depois, temos a tela splash do FreeBSD – lembrando, a ISO está em fase Alpha e a logo está em baixa qualidade.

Após o carregamento, que demora um pouco mais que um LiveUSB típico de uma distro Linux como o Debian, vemos a tela de boas-vindas, semelhante ao macOS:

Clicando na setinha abaixo, somos apresentados á primeira tela:

Na tela lê-se: Bem-vindo ao seu computador, tornado simples novamente. Clique avançar para continuar. – Não vou abrir a discussão, mas esse “made simple again” remete a um certo alguém, num certo lugar… deixa pra lá né rsrs – A próxima tela mostra o seguinte:

O sistema imediatamente informa que não requer contas, logins ou ativações; Bloqueia rastreadores e Ads por padrão. Possui tecnologia P2P, que protege conexões para Acesso Remoto.

Além disso, afirma que o sistema roda todos os softwares que você desejar, sem restrições. E por fim, sem  bloqueios e impedimentos de hardware – referência á Apple® – e com segurança de ponta a ponta, com código fonte livre pra auditoria.

Clicamos Continue e continuamos.

O sistema nos lembra que está em pré-release e que eles estão colhendo as experiências dos usuários para aprimorá-lo cada vez mais. – Colhendo informações no fórum, nada dentro do próprio sistema, para não quebrar a própria filosofia de não coletar dados.

3. O Sistema

Os testes foram realizados no seguinte hardware:

  • Lenovo Thinkpad X240
  • Intel Core i5 4300U @ 2.50 Ghz
  • 8 GB de Memória RAM

A tela inicial do sistema é familiar a quem já usou macOS em algum momento em sua vida virtual:

O FreeBSD utilizado é o 12.1 r354233 com versão do Kernel FreeBSD 1201000.

A interface até então é amigável, com a Barra de Menus atrelada á Barra de Tarefas superior quando uma janela é aberta:

O gerenciador de pacotes é o PKG e faz uso do mesmo repositório do FreeBSD. Portanto se desejar instalar algum pacote do repositório, basta digitar, por exemplo:

$ sudo pkg install PACOTE

3.1 Conteúdo

Espiando o conteúdo de /bin e /sbin logo temos uma ideia dos binários disponíveis para uso no sistema:

Comandos comuns aos sistemas UNIX estão presentes, como dd, df, mv, chmod e etc; porém vemos também o terminal CSH e o TCSH, sendo o csh o terminal padrão.

Vemos também que há suporte a sistemas de arquivos como NTFS, sendo o ZFS o padrão do sistema.

3.2 Softwares

Apesar da .ISO já ser “pesada”, com 1.8 Gb, ela vem com menos recursos que o LiveUSB de um Linux Ubuntu, que possui igualmente 1.8 Gb!

Portanto, você até tem á disposição diversos programas, como:

  • LibreOffice
  • OBS Studio
  • Blender
  • GIMP
  • Audacity
  • FreeCAD
  • LiteIDE
  • Entre muitos outros…

Porém nenhum está instalado nem está disponível. Nem mesmo o LibreOffice, tipicamente já disponível nas .ISOs de outros sistemas Linux.

O sistema não possui uma loja, e para torna-lo amigável, você clica no programa do seu interesse e ele será baixado e instalado por um script á parte. Exemplo ao abrir o FreeCAD:

Ou seja, por um lado isso é uma forma inteligente e prática de tornar o sistema amigável; mas poderá frustrar usuários experientes que estão habituados a trabalhar com LiveUSB e gostariam de testar mais o sistema e/ou utilizá-lo mais antes de instalá-lo de fato.

Para ser justo há diversos programas embutidos como o gerenciador de discos, bloco de notas. Mas até mesmo o Navegador de Internet do sistema está ausente por padrão e deve ser baixado e instalado á parte!

Se por exemplo você quiser usar o liveUSB do helloSystem para dar uma configurada numa rede LAN sem internet, você não consegue porque não possui um navegador nativo. É uma situação excepcional, mas é uma hipótese válida: Se o sistema busca ser uma solução, tal qual macOS ou mesmo Windows, ele deve ser uma solução completa para qualquer situação! E sem grande esforço já encontrei diversos empecilhos aqui.

Tudo bem, eu concordo com a proposta minimalista da .iso e o usuário decide o que gostaria de ter. Mas existem softwares must-have de qualquer sistema, que não há muita lógica em deixa-los de fora assim.

3.3 Extras

O sistema num primeiro momento trouxe um diferencial bem interessante:

O ZFS do FreeBSD possui recursos de snapshots tanto quanto o BTRFS do Linux. E no caso do helloSystem, ele veio com uma interface de usuário para criar snapshots do sistema, backups rápidos.

Ele alerta que nem sempre pegará tudo, a depender de como o sistema foi instalado e como os snapshots foram configurados.

3.4 Fim?

No mais é apenas isso que tenho a comentar de interessante. O Sistema está muito grosseiro ainda, falta polimento, obviamente por ser uma versão pré-alpha.

Então futuramente deve receber interfaces de usuário mais polidas dentre outros recursos do sistema, como um menu global de Configurações.

O básico, que é um Kernel, uma UserSpace e ferramentas, o sistema já possui. Agora falta torná-lo uma solução, conforme comentei acima!

4. Conclusão

Dentre os BSD’s, o sistema mais amigável e completo é o GhostBSD ao lado do MidnightBSD, ambos baseados no FreeBSD também.

O GhostBSD ainda é mais completo, porque também trás drivers proprietários da NVIDIA e da AMD; coisa que o helloSystem não tem – por enquanto. E também trás uma interface amigável baseada no Gnome 2.

O helloSystem tem uma boa apresentação inicial, uma boa proposta e ousadia, basicamente o necessário para iniciar no mercado de sistemas operacionais. Mas até atingir o GhostBSD vai um bocado de arroz com feijão!

Uma ideia que eu gostaria de ressaltar, é que eu gostaria de ver o sistema tentar trazer algo mais do que ser apenas um rostinho bonito, e possua um diferencial, exemplo, um vínculo com Cloud’s, softwares que não existem pra Linux… Porque nem só de boa aparência vive um sistema, este precisa ter também conteúdo e ao fim, ser uma solução para os usuários de diversos segmentos, para que seja adotado tanto na área doméstica quanto na indústria!

#UrbanCompassPony

Fontes:
helloSystem

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