OpenWRT

Dê vida nova ao seu roteador/modem com o sistema OpenWRT!


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1. Introdução

Eu tinha ouvido falar do OpenWRT mas não tinha parado pra mexer e tentar algo com ele. Experimentei…….. e preciso dar um parecer aqui, merece!

O maior forte do OpenWRT é buscar ser otimizado, leve e estável. Sabe quando o roteador WiFi congela do nada e você precisa reiniciar ele forçado pra voltar a funcionar? Ou mesmo a velocidade de conexão não tá 100% via Cabeada? O OpenWRT corrige tudo e mais um pouco!

Eu tenho um roteador TP-Link Archer C6 deste:

Roteador Tp Link Archer C6 Unboxing, Instalação E, 47% OFF

De acordo com o site, ele é compatível.

Tão simples quanto “enganar” um sistema, apenas baixei o arquivo .bin, acessei o roteador pela interface Web, fui na parte de firmware, coloquei o arquivo .bin e mandei atualizar. É só isso, não vale nem separar um tópico pra explicar como fazer isso!

E um novo mundo se abriu diante de mim!

2. OpenWRT

O que você faria se seu roteador fosse 100% aberto com um sistema Linux com todo um repositório ao seu alcance? É essa a premissa do OpenWRT:

Ser um sistema Linux minimalista buildroot que permite acesso ao repositório próprio e completo e, se o firmware e o hardware estiverem de comum acordo e compatibilidade, você pode fazer qualquer coisa!

Entre as opções posso mencionar:

  • Quer tocar o hino nacional em código morse pelos LEDs do equipamento? Pode.
  • Quer trocar o comportamento das portas ETHERNET? Pode. O que era WAN pode ser LAN e pode definir 2 LAN’s como 2 WAN’s criando um load balancer ou mesmo um switch gerenciável de 5 portas baseado num simples roteador TP-Link.
  • Quer mudar o funcionamento do WiFi? Modo AP? Repetidor? Deauther? Jammer? Seu conhecimento e imaginação são o limite!
  • Quer rodar GTA Vice City? Roda também!

  • E muito mais.

Mas como isso tudo funciona?

2.1 Buildroot

O segredo é o sistema Buildroot que é a base do OpenWRT. O Builroot por sua vez é uma forma de se criar distros customizadas e leves com foco em sistemas embarcados, Internet of Things e outros.

De forma mais resumida, o sistema é absurdamente enxuto, diria que, um dos menores sistemas Linux existentes no consumo de hardware, mas ainda eficiente e completo em pacotes disponíveis. Esse sistema de pacote é próprio da distribuição OpenWRT e é baseado em .opkg.

Só assim ele consegue executar completo consumindo apenas 70 Mb de RAM e executar de uma firmware com poucos Mb’s de tamanho bruto total, em geral 16 Mb.

3. WebUI

Eu diria que 35% do poder de fogo do OpenWRT está na interface web. Uma vez acessando o roteador e colocando um usuário e senha, você está diante da interface do mesmo:

Possui uma gestão completa de firewall:

E diversas opções para os módulos WiFi:

Modo Monitor costuma ser usado para scan de uma rede ou mesmo modo Jammer (derrubar um WiFi da área!) tamanha abertura de possibilidades.

Há também a sessão de pacotes e o limite é a capacidade de armazenamento ROM do seu roteador:

Entre os pacotes temos:

  • adb
  • apache2
  • aircrack-ng
  • airmon-ng
  • alsa-utils
  • hplip
  • kamailio
  • asterisk
  • clamav
  • dyndns
  • openvpn
  • php
  • zstd

etc, são +1.500 pacotes. A lista completa pode ser vista com:

$ opkg list

JAMAIS faça “opkg upgrade”, poderá quebrar seu sistema! Apenas rode o “opkg update” e instale o que for necessário.

O que faltar pode ser instalado através de compilação com GCC, cmake, etc. Há suporte pleno. Drivers de vídeo por exemplo podem ser compilados, o que justifica a execução do GTA Vice City no vídeo citado anteriormente!

4. E os outros 65%?

As demais configurações você encontra se conectar via SSH ao roteador. Aí você estará no ambiente linux completo, permitindo programar scripts de diversas linguagens de programação para saciar as mais exóticas necessidades!

Não há recursos como “journal” e histórico de comandos do bash, afinal isso consome recursos! Tudo que for estritamente desnecessário está ausente nesse sistema.

A maior parte das configurações se fará editando arquivos .config em /etc/ porém muitos não possuem modelos de demonstração, requirindo conhecimento avançado e boas buscas na internet por modelos prontos.

5. Riscos

O sistema é maravilhoso. Até o presente momento o WiFi não caiu, o roteador não travou e minha rede finalmente base 100 mb/s de fato depois da troca para o OpenWRT. Especificamente o Archer C6 é um dos hardwares mais bem suportados! Mas há ressalvas que preciso mencionar:

  • Você perderá toda e qualquer garantia se instalar o firmware.
    Faça-o em um roteador mais velho, com anos de uso. Se for novo, você não terá mais direito a qualquer garantia se houver defeito, até mesmo de hardware.
  • Você não pode voltar o firmware original!
    Uma vez que o OpenWRT é aplicado ele se auto define como o firmware mais recente produzido. Por padrão, o hardware do roteador é protegido contra downgrades e não vai aceitar que você instale um firmware mais antigo que o atual. Há métodos de burlar isso, por exemplo, fazer um jump nas pernas da BIOS dentro do roteador ou mesmo regravar a EEPROM através de um gravador externo. Mas não recomendo e nem garanto funcionalidade disso.
  • Há um risco de causar um brick do sistema se houver algum problema durante a gravação da firmware. Ou seja, seu roteador será tão útil quanto um peso para papéis… Portanto o faça por sua conta e risco e assegure que não falte energia (sic: quando digitei isso acabou a energia aqui da rua, eu tinha que filmar umas p. dessa)
  • Atento ao modelo e as notas de versão do seu equipamento: Há equipamentos com suporte ruim, com WiFi instável ou mesmo que tem poucas RAM e ROM, o que pode prejudicar o desempenho e/ou a possibilidade de adicionar recursos extras.

6. Conclusão

Eu já faço uso de um pfSense na rede portanto o roteador que coloquei apenas cria uma rede isolada pessoal, não preciso de tantos recursos e tal qual não me atentei em testar o OpenWRT antes.

Mas para quem não quer dispor de gastar com equipamento, vale o experimento instalar o OpenWRT em um roteador Wifi mais velho e tirar proveito de tudo que ele permite que seja feito! Transforma-lo num load balancer, ou mesmo num firewall mais parrudo, tudo, claro, com os limites que o hardware permite.

E se desejar, pode instalá-lo num Raspberry Pi ou outro embarcado, uma vez que o projeto oferece imagens prontas para diversos hardwares inclusive a clássica imagem.iso para x64.

Vale a pena? Eu gostei muito e recomendo. Mas vai depender do seu uso, necessidade ou mesmo se você for apenas entusiasta e quer liberar todo o poder que seu pequeno roteador pode permitir com um sistema mais completo e complexo que o original de fábrica! E provavelmente, fará como eu: Vai usar 5% dos recursos por não saber exatamente como programar/aproveitar o restante, mas ainda será bem acima do que o roteador originalmente oferece!

#UrbanCompassPony

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