Lançado o Kernel Linux 4.17

Principais melhorias adicionadas incluem novidades para GPU’s AMD, adição de melhor suporte a hardwares chineses, otimizações da gestão energética além do fato de que o kernel ficou mais magro!

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Mais um novo lançamento do Kernel Linux chegou e meus amigos, este trouxe boas novidades!
Para quem utiliza notebooks, graças a uma melhoria potencialmente grande para reduzir o uso de energia ociosa do Linux, otimizaram o uso do hardware e permitiram que as baterias durem um pouco mais.

Além disso, há muitos aprimoramentos nos drivers de gráficos Intel e AMD, novos drivers para dispositivos ARM, arquiteturas de CPU’s obsoletas sendo descartadas, novo suporte de CPU adicionado incluindo bits iniciais para o SoC NVIDIA Xavier, dentre outros. Confira!

Kernel Não-LTS!

Este não é um kernel LTS, portanto caso você seja um usuário comum que preza pela estabilidade e/ou cuida de servidores de produção, pode continuar utilizando o kernel 4.14.x por ser LTS, possui suporte até Janeiro/2020.
Recomendo que migre para o 4.17 caso você possua hardwares mais novos high-end, caso possua algum hardware que necessita de drivers mais novos ou específicos adicionados nesta versão e/ou apenas deseja ter o kernel mais atualizado.

Placas de Vídeo

Há muito material novo para os drivers Radeon e Intel Direct Rendering Manager (DRM) neste ciclo, embora infelizmente nenhuma alteração NVIDIA de código aberto / Nouveau tenha sido substancial desta vez.

• O driver DRM da Intel agora habilitou o suporte a Cannonlake por padrão . O suporte a Cannonlake estava sendo desenvolvido nos últimos ciclos do kernel e esteve oculto, enquanto agora é ativado por padrão para esses gráficos Intel “Gen 10”. Os CPUs da Cannonlake devem começar a ser vendidos ainda este ano!
• Embora o Cannonlake ainda não tenha saído, os desenvolvedores da Intel também começaram a criar drivers gráficos “Gen 11” com o Icelake . Provavelmente serão algumas versões do kernel antes que o suporte do Icelake Linux seja eliminado.
• O suporte a Intel HDCP foi complementado com este trabalho que foi iniciado pelos desenvolvedores do Google Chrome OS. Este é o primeiro driver DRM do kernel Linux oferecendo proteção de conteúdo digital de alta largura de banda (HDCP), mas não receie, pois não restringirá nenhum direito dos usuários, a menos que o desktop perceba algum software do espaço de usuário tentando usar o HDCP e este software tente ativar este novo recurso do kernel.
• AMDGPU DC ativado por padrão para todas as placas gráficas suportadas. Até agora, o “Código de Exibição” só estava habilitado para as GPUs Vega e Raven Ridge, mas agora o hardware mais antigo voltando para a GCN 1.2 verá os novos recursos prontos para uso. O AMDGPU DC fornece áudio HDMI / DP, permitirá o FreeSync quando as interfaces restantes chegarem, a configuração do modo atômico, os recursos do HDMI 2.0 e outras melhorias de exibição.
• Suporte para o processador gráfico AMD Radeon Vega 12, ainda a ser lançado.
• O driver AMDGPU também apresenta agora recursos de gerenciamento de energia semelhantes ao WattMan.
• Outra adição empolgante no front-end de software de código aberto da AMD é o AMDKFD funcionando bem com GPUs distintas, como Polaris e Fiji. O que isto significa?
  O OpenCL do ROCm / ROCm será capaz de rodar fora da caixa em um kernel Linux 4.17+ mainline, onde, até agora, com essas GPUs discretas, ele precisou de patches/módulos de kernel externos para prover este suporte de computação GPGPU.
• O driver Etnaviv DRM para hardware de gráficos gráficos Vivante GC com engenharia reversa hs conectado ao programador AMDGPU, agora conhecido como DRM_SCHED.
• Há também melhorias no VGA Switcheroo para o crescente número de pequenos drivers ARM / DRM embutidos.

Processadores

O desenvolvimento do Linux no ARM continua tão intenso quanto como sempre: ainda há trabalhos em andamento para mitigação do Specter / Meltdown em várias arquiteturas, arquiteturas obsoletas de CPU sendo descartadas, suportes a novas CPUs / SoCs adicionados, até mesmo alguns patches para CPUs x86 Chinesas e outras melhorias de processamento com o Linux 4.17. Dentre eles, temos:

• Zhaoxin tem trabalhado em patches de kernel para seus processadores x86 chineses! Esta empresa é subsidiária da VIA e do governo de Xangai. – Finalmente hardwares chineses serão melhor suportados pelo Linux.
• Oito arquiteturas de CPU obsoletas foram removidas. Isso liberou meio milhão de linhas de código do kernel! As arquiteturas removidas foram: Blackfin, CRIS, FRV, M32R, Metag, MN10300, Score e Tile.
• Além das oito arquiteturas descartadas, o suporte a CPU POWER4 / POWER4 + também saiu. O POWER5 e o mais recente ainda são suportados, assim como o PowerPC 970, mas para o IBM POWER4 o código esteve quebrado por cerca de dois anos e agora decidiram abandonar esse código.
• Enquanto isso, uma nova arquitetura de CPU foi adicionada à árvore principal, esta é o Andes NDS32. O hardware do Andes NDS32 é usado principalmente para dispositivos IoT, médicos, vestíveis e outros dispositivos do tipo de baixa potência.
• Suporte inicial para o SoC NVIDIA Tegra “Xavier” – este chip ARMv8 de alto desempenho possui 8 núcleos de CPU “Carmel” personalizados e chip gráfico Volta. O Linux 4.17 também tem suporte para a placa de desenvolvimento NVIDIA P2972 e o módulo de CPU P2888.
• O framework ARM SCMI foi adicionado para oferecer gerenciamento de energia ARM de maneira independente de plataforma; agora suportado por todos os players ARM.
• O Galaxy S3 da Samsung (Exynos4), o H64 Allwinner com o Pine H64, o RK3328 Libre Computer Card, o Orange Pi Zero +, o Banana Pi M2 e o Teres-I estão entre as novas placas / dispositivos suportados pelo kernel Linux 4.17.
• Melhorias no IBM s390 para defesa da falha Specter.
• Melhorias no código de CPU’s RISC-V.
• Funcionalidade SPARC ADI que fornece acesso baseado em chave para a memória virtual.
• Melhorias na AMD para KVM (virtual machine), bem como preparações de GPUs VirtIO para o IBM S390.
• Suporte a Microsemi Ocelot SoC – chips baseados em MIPS.

Energia e Otimização

Este ciclo de desenvolvimento recebeu destaque intenso no quesito gestão energética e otimização. A seguir, explico os detalhes sobre as novidades!

Otimizações ACPI

O ponto chave sobre as mudanças PM/ACPI, este ciclo de desenvolvimento trouxe o novo driver ACPI Time and Alarm para Linux: Para sistemas que suportam esta especificação ACPI, os usuários podem gerenciar temporizadores de ativação do dispositivo de tempo e alarme com a configuração de novos temporizadores para ativação do sistema e modificação de timers existentes, tudo via sysfs. As informações do TAD abrangem as reinicializações e os estados de energia e têm muito mais recursos do que a função básica de ativação do relógio em tempo real que você pode encontrar em seu BIOS.

Além desse novo driver ACPI TAD, o código de gerenciamento de energia fornece suporte Cannonlake para a unidade de limitação de energia Intel RAPL, melhorias de manipulação de link de dispositivo e otimizações no CPUFreq (governador de CPU). Além disso, o driver de bateria ACPI agora suporta limites de bateria para Lenovo ThinkPads e várias outras atualizações.

E o que isso tudo significa?

Otimização dos drivers ACPI (placa mãe) e CPUFreq (governador de CPU) representam um melhor uso do sistema (otimização e melhor aproveitamento de hardware), melhor gestão energética e baterias durando mais, caso você use notebook!

Melhorias na Gestão Energética

Dado momento de Abril, Rafael Wysocki, da Intel, enviou um conjunto secundário de atualizações de recursos e incluiu neles um desenvolvimento bastante significativo para gestão de energia e desempenho do Linux.

O loop ocioso do kernel foi retrabalhado para evitar que os processadores passem muito tempo em estados ociosos superficiais. Após esse retrabalho de código significativo, existe o potencial de economia de energia enquanto o sistema está em marcha lenta, bem como em cargas de trabalho selecionadas.

Rafael relata que o poder ocioso em alguns sistemas pode cair em “10% ou mais”, mas isso não é tudo. O desempenho de cargas de trabalho em que o overhead de loop ocioso era significativo anteriormente agora também pode ter ganhos maiores.

E isso tudo significa o que?

Que seu sistema, estando em Idle – inatividade, por exemplo, você fecha o navegador de internet, e deixa área de trabalho sem nada aberto – consumirá muito menos energia do que atualmente! O ganho será de até 10%, dependendo do hardware.

Mais magro!

O que é ótimo sobre o kernel do Linux 4.17 é que, mesmo com todos os recursos novos e aprimoramentos feitos, ele é realmente menor que o Linux 4.16! Comparado ao 4.16, ele se teve 13538 arquivos alterados, 627723 inserções (+), 818855 exclusões (-).

A economia total é de cerca de meio milhão de linhas de código do kernel removidas, na forma de arquiteturas de CPU’s obsoletas, limpeza da área de preparação do kernel e outros trabalhos abordados na visão geral de recursos anteriores. O codinome do kernel permanece em Fearless Coyote.

E muito mais!

O kernel Linux 4.17 tem muito mais novidades do que eu citei acima. Olha a lista:

• Atualizações do AppArmor, incluindo o trabalho de infraestrutura para dar suporte à mediação de soquete. Há também correções de bugs, limpezas de código e outras melhorias.
• As atualizações do Clk incluem novos drivers para SoC Intel Stratix10, SoCs Davinci TI, CCU Allwinner H6, Silicon Labs SI544, Renesas M3-N e V3H, e i.MX6SLL.
• O código WatchDog adicionou um driver NPCM Nuvoton, suporte a R-Car Gen2, melhorias de velocidade e outras alterações neste subsistema.
• O ARM64 recebeu algumas atualizações. Com esse código mais recente, a atenuação específica do Specter Variant Two da Qualcomm foi descartada em favor da chamada de firmware genérica baseada no SMCCC. Há também um trabalho de preparação para o gerenciamento de registros SIMD como parte de algumas atualizações de criptografia do ARM64 que devem chegar no Linux 4.18.
• As atualizações do Ceph incluem suporte a cotas do CephFS, melhorias no uso da memória e suporte para distribuição de RBD.

Kernel Linux 5.0

Linus Torvalds nos deu uma palhinha do que esperar do futuro Kernel 5.0:

Não, eu não chamei de 5.0, mesmo que toda a
numerologia de contagem de objetos do git estivesse em vigor para isso. Isso acontecerá no
futuro não tão distante, e me disseram que todos os scripts de lançamento no kernel.org estão
prontos para isso, mas eu não senti que houvesse algum motivo real para isso. Eu
suspeito que em torno de 4,20 – o que é quando eu deixarei de conseguir acompanhar  os lançamentos menores e, assim, pela numeração começar a ficar muito confuso
– eu vou mudar. Foi o que aconteceu com a 4.0, afinal.

Ou seja, o Linux 5.0 chegará um dia quando menos esperarmos, provavelmente no 4.20.
O anúncio na íntegra pode ser lido aqui.

Download

Como habitual, temos algumas opções de download para quem deseja atualizar seu sistema.

1. Você pode atualizar o kernel pelo repositório oficial, direto do terminal. Depende da distribuição Linux que você utiliza, algumas já o possuem em sua listagem e outros demoram alguns dias para recebe-lo.
2. Quem utiliza algum sistema baseado em Debian, pode baixa-lo clicando aqui! Ele virá em formato .deb facilitando a instalação.
3. A opção padrão em formato .tar.xz, para quem deseja compila-lo, direto do Kernel.Org, clicando aqui!

#UrbanCompassPony

Fontes:
Phoronix: 1
Phoronix: 2
Phoronix: 3
Phoronix: 4
Phoronix: 5

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