Uma Aventura com Impressão 3D

Hoje mostro como é o processo de modelagem, ajustes, fatiamento e impressão 3d de uma peça utilizando somente softwares gratuitos e livres.


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Observações

Já abordamos aqui anteriormente uma review completa da Creality Ender-3! Portanto esta publicação será mais resumida, objetivando mostrar um passo a passo de como é modelar, fatiar e imprimir uma peça 3D.

Utilizaremos neste artigo somente softwares finais de código gratuito e livre. Os escolhidos são:

  • Sistema operacional baseado em Linux
    O meu próprio de uso pessoal EndeavourOS.
  • Blender
    Para modelagem 3D.
  • Fatiador Ultimaker Cura
    De código aberto é o fatiador mais popular atualmente, normalmente cada fabricante de impressoras 3D fornece uma recompilação própria desse programa

Este artigo não contempla tutorial de como utilizar/modelar com o Blender, isso já foi abordado aqui anteriormente.
Também não contempla como montar e configurar as peças de uma impressora 3D, isso vai de cada fabricante e depende de vários fatores, manuais, etc.

Aqui mostrarei uma rotina do que, pelo menos eu faço, quando quero imprimir uma peça em 3D seja ela pronta ou modelada por mim.

2. Conceito

A primeira etapa é pensar o que se deseja imprimir em 3D. Pode ser um objeto pronto ou que você mesmo modelou. Se desejar pegar peças prontas e gratuitas, tem uma miríade de sites para isso:

Obviamente as melhores peças são pagas… Mas aqui, vamos fazer o processo completo: Modelar algo totalmente do zero até a impressão!

Se você baixou um objeto pronto, provavelmente já estará em formato .stl ou outro formato que o fatiador consegue abrir. Pule a etapa 3 e vá direto pra etapa 4 abaixo!

3. Modelagem

Neste exemplo vou modelar algo no Blender: Um pequeno cubo “complexo”, com alguns lados intrincados para exemplificar as capacidades da impressora. Lembre-se de ligar o add-on “import-export stl files” para que não ajam problemas na exportação das peças. Vídeo demonstrativo:

O modelo pronto é este:

Exportado em .STL, vamos ao fatiador!

4. Fatiador

O fatiador vai pegar o modelo 3D e “fatiar” já simulando uma impressão 3D.
Com o objeto exportado em nosso exemplo, fatiamos assim:

Não existem peças ocas, por padrão é tudo preenchido a menos que você deliberadamente defina que sejam ocas. Mas peça oca não é interessante, porque o bico da extrusora precisa de um ponto de apoio pra apoiar o filamento acima usando alguma camada abaixo, camadas estas que começam na mesa de impressão – a base onde tudo começa.

É por isso que na hora de fatiar é importante marcar para gerar árvores de suporte: Elas garantem apoio ao bico da extrusora quando a peça tem alguma parte aérea. O apoio da peça na mesa de impressão também deve ser bem pensada, de preferência com a maior quantidade possível de lados apoiados sobre a mesma.

A peça fatiada portanto ficou assim:

5. Impressão 3D

A configuração da impressora é uma das partes mais críticas e chatas do processo: o menor erro pode fazer você perder o serviço, a peça, tempo, etc.

Neste outro vídeo explico na prática como é o ajuste e a impressão propriamente dita:

CORREÇÃO: Uma cena eu menciono que não uso vidro na mesa de impressão, na verdade ali é um tipo de polímero que vem na própria impressora de fábrica. Ela dá uma aderência sem exigir cola spray nem nada do tipo. Mas só funciona bem acima dos 60 graus.

6. Resultado

Como a peça era em 3D:

E aqui como a peça ficou:

7. F.A.Q.

  • Quanto custa investir em uma impressora 3D?
    Depende da marca e modelo mas pelo menos essa Creality Ender-3 encontra-se na faixa dos R$ 1.200,00.
    É a de melhor custo-benefício que conheço.
  • Quanto uma impressora 3D gasta de energia?
    A fonte dela é de ~250W. Pra cada 1h de impressão, independentemente da peça, ela consome ~R$ 0.20  se o kWh da sua região for na faixa dos R$ 0.97, como é o caso de Minas Gerais.

O cálculo completo está nesse artigo, recomendo a leitura!
Em suma, se a peça demandou ~1h de impressão, adicione pelo menos ~0.25 centavos para cobrir gastos com eletricidade.

  • Vale a pena lixar as peças? Como?
    Eu pessoalmente não lixo as minhas peças, com uma ponta de 0.4mm o acabamento é bem decente.
    Existem soluções líquidas que “derretem” a peça, deixando ela mais lisa. É melhor que usar jato de areia, porém uma lata de spray desse tipo tava na faixa dos R$ 150,00, o que pode onerar substancialmente a produção.
  • Vale a pena pintar as peças? Qual a melhor tinta?
    A tinta que dá mais aderência é a acrílica à base de água, uma aquarela pequena tava na faixa de R$ 70,00.
    Se pintar, recomendo fortemente spray de verniz – brilhante e fosco – porque dá mais durabilidade à pintura: A tinta pode descamar sem uma proteção do tipo.
  • Qual o investimento inicial pra trabalhar com produção de peças com impressão 3D?

Depende. O investimento inicial mínimo pra entrar nesse meio da impressão 3D é de um nobreak de uns 800VA, a impressora, 1 bobina de filamento de tom neutro como cinza fosco, spray de verniz brilhante, tinta acrílica e spray de solvente; Tudo vai gastar seus mais ou menos R$ 3.000,00.

8. Conclusão

Se você conseguir criar uma produção de peças com mais detalhes, pintura, verniz e vender a um preço razoável, logo a impressora e todo o material se pagam.

Porém, se você, assim como eu, quiser investir em uma pra criar peças de uso pessoal, não será muito diferente do investimento em um PlayStation 5: É um gasto com entretenimento, não necessariamente vá obrigatoriamente dar algum retorno.

#UrbanCompassPony

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