O CentOS é realmente um sistema mais estável que o Debian e/ou seus “filhos” no quesito servidor? O quanto de mercado o sistema, baseado no RedHat, de fato abrange? Ele é realmente superior?
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Atenção: O artigo de opinião a seguir foi escrito por Rob Debian e publicado originalmente no Facebook em 06/09/2019 no grupo Linux Brasil, baseado em dados extraídos do site W3Techse experiências pessoais. O artigo, de expressa e simples opinião do autor, tem por objetivo informar e trazer conteúdo baseado em testes reais.
1. Introdução
Muito se tem falado acerca do CentOS como sendo o Sistema Operacional ideal para uso em ambientes corporativos, fama esta herdada pelo uso que esta Distro Linux faz do mesmo código fonte do Red Hat Enterprise Linux. Por mais que esta afirmação seja verdadeira para a maioria esmagadora dos casos, ela não o é se comparando o CentOS com o Debian.
Dadas as devidas proporções, podemos inferir que o CentOS seja de fato muito estável e indicado para uso em Servidores de Produção de missão crítica e como Web Server de emprego geral – mas este não é o caso quando comparado ao Debian.
Não é verdade que o CentOS seja superior ao Debian, a tendência da maioria esmagadora dos web servers utilizados no mundo inteiro – e que enfatizam maior uso de Ubuntu/Debian do que RHEL/CentOS – atesta justamente o contrário.
O Debian pode ser configurado e implementado através de seus repositórios oficiais de modo a ter os mesmos recursos – e muito mais, se necessário – que uma instalação CentOS, e seu gerenciador de pacotes possui um desenho de desenvolvimento ágil e avançado que o torna preferido atualmente pela maioria das corporações.
2. Gerenciador Yum
Para tanto, o próprio Projeto CentOS coloca o seu gerenciador ‘yum’ como sendo de um alto nível similar ao do apt do Debian.
O gerenciador de pacotes ‘apt-get’ do Debian também é mais sólido e automatiza todo o processo de resolução de dependências, instalação e configuração muito mais rapidamente e precisamente do que o ‘yum’ do CentOS.
Também não é verdade que o tempo de downtime para upgrade de um pacote no Debian seja maior do que o que se observa num CentOS; a própria instalação padrão do CentOS é muito mais morosa e demorada do que a rápida e eficiente instalação ou upgrade no Debian e no Ubuntu.
O processo completo de instalação de um pacote .deb no Debian se mostra também mais integrado e consistente do que o constatado numa instalação de um pacote no CentOS – basta ver que, qualquer pacote da versão stable e mesmo backports, uma vez instalado, não apresentará qualquer inconsistência em seu uso.
Aliás, não é sem razão que o W3Techs, o mais técnico dos sites voltado à abordagem da evolução Tecnológica através de medição de análise estatística, atesta o Debian à frente do CentOS – sua estabilidade é simplesmente singular e nunca foi batida até hoje por qualquer outro Sistema Linux e UNIX-like de um modo geral.
Na contagem geral, o Debian é utilizado hoje por 7,8% de todos os websites do Mundo, enquanto que o CentOS é adotado por cerca de 6,2% – veja a citação na fonte.
Por assegurar suporte pago, o Ubuntu Server está à frente tanto de Debian, quanto do CentOS. É importante frisar que, se a maioria dos gestores de websites que reivindicam o suporte pago preferissem o modelo Red Hat, este seria então o mais utilizado, e o CentOS viria logo em segundo lugar.
Todavia, é exatamente o oposto que acontece, onde se constata mundialmente a ênfase em Ubuntu Server com suporte pago – devido suas características de estabilidade e segurança herdadas do Debian – e o Debian como Servidor Free sendo o preferido logo em seguida.
Na comparação Ubuntu/CentOS, Ubuntu é utilizado por 13,7% de todos os websites do mundo; CentOS cobre 6,2%, menos do que Debian e muito menos do que Ubuntu Server.
4. Dependências
As libs para gerenciamento de aplicações em PHP no Debian são também exaustivamente testadas, e quando liberadas para o release e versão stable da Distribuição, simplesmente não requerem atualizações ininterruptas, pois a confiabilidade quanto à segurança e estabilidade vem em primeiro lugar quando o assunto é Servidores, não somente Servidores de websites, mas também no que se refere aos Servidores de produção de missão crítica, em vários setores corporativos distintos.
Nisto também o Debian se sai melhor pois, enquanto você pode não encontrar os pacotes necessários para uma implementação seja em banco de dados, seja no Apache e demais aplicações no EPEL ou Nux do CentOS, certamente irá encontrar tudo o que necessita nos repositórios stable do Debian, que são mais amplos e muito mais bem testados.
5. Virtualização
Mesmo num ambiente distribuido onde se vale do recurso de virtualização, se constata uma clara superioridade do Debian sobre o CentOS – enquanto o Debian é instalado e virtualizado no Guest Server sem nenhuma intercorrência, por vezes se verifica uma perda de performance e congelamento de processos para aplicações mais recentes, ao se utilizar o CentOS na mesma posição.
Não são raros os casos em que uma instalação do CentOS fica comprometida num ambiente virtualizado, por causa de problemas inerentes à esta Distribuição, que possui o Kernel Linux mais antigo dentre todos os Projetos Linux existentes – algo completamente desnecessário e sem sentido, tendo-se em conta que não é esta característica que assegura a máxima estabilidade à um sistema no emprego deste para Servidor.
Da UNIX Universe: O CentOS tem por base o foco em segurança ao optar por usar pacotes mais antigos. Mas vejamos o quanto esse caminho é complicado, porque manter um kernel antigo da linhagem 3.10 com suporte aos hardwares mais modernos da linha servidora, é um trabalho demasiado para a equipe do CentOS, que poderia rever seus conceitos nisso.
6. Sistemas de Arquivos
É por esta razão que a RHEL não dá mais suporte ao BTRFS, que exige um kernel Linux com correções de bugs e otimizado, de modo que os recursos deste moderno sistema de arquivos possa ser aproveitado ao máximo.
Tanto Debian quanto openSUSE possuem uma concepção mais moderna quanto à isto, razão pela qual a instalação padrão do Debian já apresenta Kernel Linux na versão 4.9 – ou 4.19 via instalação backports, e já completamente estável na prática -, enquanto que no openSUSE, a versão do Kernel já vem estabilizada no lançamento 4.12.
Num ambiente corporativo distribuído, onde já existe o emprego de novas tecnologias já disponibilizadas para Linux como o Docker por exemplo, não é nada razoável e tecnicamente aconselhável o uso de um Kernel tão antigo, quanto o apresentado pelo CentOS (3.10).
6.1 SAP NetWeaver
Por estas e outras, a SAP escolheu o SUSE Linux Enterprise Server para ser a sua Distribuição Linux padrão para implantação SAP NetWeaver e SAP S/4 Hana.
O Projeto CentOS portanto, apresenta uma versão de Kernel totalmente ineficaz para muitas tecnologias, e mesmo em virtualização no vbox, apresenta bugs com muita frequência. Certamente que isto se deve também ao fato de que ele tem um kernel mais antigo e menos capaz do que o kernel Linux padrão da Distro Debian.
7. Yum
Debian exige mais trabalho de configuração do que CentOS; mas, uma vez feito este trabalho, sua estabilidade e performance além do nível de segurança, são simplesmente imbatíveis. Chega a ser uma piada os usuários menos experientes no Universo UNIX/Linux acharem que o gerenciamento de pacotes no CentOS seja mais seguro do que no Debian.
Na manpage do próprio CentOS sobre ‘yum’ há esta referência: o ‘apt-get’ do Debian é apresentado lá como modelo comparativo ao ‘yum’ do CentOS, quando o assunto é ‘gerenciador avançado’; vide ‘man yum’ no terminal de qualquer CentOS e tire suas próprias conclusões…
Debian também é um sistema mais robusto tanto para gerenciamento de páginas estáticas ou dinâmicas dos websites baseados em PHP – a linguagem mais utilizada para criação e implementação de websites – quanto para a função de Servidor de Banco de Dados e Data Storage Server utilizando o sistema de arquivos BTRFS – com muitas funções equivalentes ao lendário ZFS, e com nível de compressão e concepção superior ao XFS padrão do CentOS.
8. Conclusão
Quando um nicho não técnico emite um juízo sobre uma suposta superioridade de um sistema sobre o outro, isto só poderá ser considerado uma opinião subjetiva e não embasada por critérios mais profundos e profissionais do que os critérios apresentados por peritos de TI, Desenvolvedores e gestores de sites familiarizados com Sistemas Linux.
Curiosamente, este mesmo nicho de profissionais tem dado preferência ao Debian sobre o CentOS – tanto que este foi superado pelo Debian, um fenômeno que pode ser atestado mundialmente, pelas estatísticas mais atuais.
Publicação adaptada para a UNIX Universe por Nathan Drake.
Autodidata, me aprofundei em sistemas operacionais baseados em UNIX®, principalmente Linux. Também procuro trazer assuntos correlacionados direta ou indiretamente, como automação, robótica e embarcados.
Uso Debian há mais de 15 anos para trabalho pessoal e posso dizer com segurança que é o sistema mais robusto, seguro e confiável que já usei ao longo de 25 anos trabalhando com TI. Faz mais de 08 anos que não sei o que é formatar o notebook, pois simplesmente não vejo necessidade para isso. O Debian é uma rocha de solidez e confiabilidade.
Respeito as demais distros, porém, Debian é um rochedo. Só para terem uma noção, uso a versão estável em servidores (banco de dados, ficheiros, mail etc) e no workstation uso a versão testing, mesmo na versão testing é o cara, quando apresenta um bug, basta reportar e se for grave a correção vem correndo!!