Artigo: Inteligência Artificial e a Indexação do Conhecimento

Estamos numa geração que não retém conhecimento mas que indexa o conhecimento existente? Se sim, a inteligência artificial vai piorar isso?


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Atenção: O seguinte artigo é de expressa e simples opinião do autor e não representa uma posição sócio-política do site. O objetivo é trazer pontos de vista, gerar reflexão e questionamentos. Recomendo discrição ao lê-lo.

1. Introdução

Estava lendo notícias recentes sobre o ChatGPT e encontrei um artigo da MoneyTimes que – de forma alarmista diga-se de passagem – mostra as consequências do ChatGPT sair do ar: Pessoas desesperadas perdidas sem condições de trabalhar por (sic) sequer conseguirem pensar sem a ajuda da inteligência artificial. E isso me lembrou de outro caso mais antigo, de quando o Google começou a se tornar mais popular na geração que estava chegando. – Curiosamente não encontrei o artigo, se alguém souber e comentar, eu adiciono aqui e dou os créditos.

O artigo acerca do Google resumidamente tratava de um problema semelhante: Os jovens em idade escolar não memorizavam conhecimento, mas estavam indexando-o. E isso me trouxe um questionamento: E se com essa super indexação provida por IA’s chegar, poderemos ter profissionais completamente inexperientes e/ou incompetentes que são totalmente dependentes destas mesmas IA’s e atuam no mercado de trabalho?

Mas antes de aprofundar, comecemos do começo: o que é indexação?

2. Index

Do latim index que significa índice ou catálogo, aportuguesado nas variantes do verbo indexar; aquilo/aquele que indexa algo.

Basicamente é uma espécie de lista ou tabela que enumera a localização de determinada informação em um meio. O índice de um livro mostra quais temas/capítulos/assuntos/tópicos estão localizados a partir de quais páginas.

E na informática um index de um pendrive ou um disco rígido informa aonde os arquivos estão, é por ele que um computador sabe aonde a informação está.

Ou seja, uma indexação, ou aquele que indexa algo, basicamente cria um índice que diz aonde alguma coisa está em algum lugar, acelerando processos de busca e otimizando seus resultados – Por isso o Google é conhecido por ser um dos, senão o, maior indexador da internet.

3. Lado Humano

Imagine portanto que uma pessoa necessita reter a informação de qual o nome completo de D. Pedro I, que é Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.

Essa pessoa pode pesquisar em livros históricos, ler, reler várias vezes até decorar tal nome. E sempre que precisar, ele estará ali, na mente, em sua memória pessoal. Qualquer um que lhe perguntar tal informação terá a resposta rapidamente. Esse é o método convencional de adquirir uma informação, com técnicas diversas que cada indivíduo pode utilizar para que tal memorização ocorra de forma eficiente e sob os quais não vou entrar em detalhes.

Mas e se existisse um jeito mais fácil, rápido, de se ter tal conhecimento?

Com o advento tecnológico, você pode perguntar basicamente a qualquer pessoa com um smartphone em mãos se ela sabe qual o nome completo de D. Pedro I. Diria que 99.9% dos casos a pessoa não saiba; mas quase que na mesma porcentagem de casos, a pessoa vai saber aonde achar a resposta: Procurando no Google e lendo o primeiro resultado.

Aqui, não há retenção de conhecimento, mas indexação mediante raciocínio indutivo de onde o conhecimento está.

4. Inteligência Artificial (IA)

A chegada do ChatGPT abriu portas no nosso mundo moderno, com IA’s que desenham, compõe canções, imitam vozes, recriam rostos com fidelidade de movimentos – os chamados deep fakes – modelam objetos e até respondem às mais diversas e complexas perguntas, entre tantas outras situações que elas podem ser adotadas.

Isso acelerou processos, melhorou o desenvolvimento de ferramentas, otimizou resultados e aprimorou o trabalho de muitas pessoas nas mais diversas áreas. Afinal, essas IA’s não são entidades autônomas, mas sim respondem passivamente a comandos dados por outros humanos.

O problema? Troque o Google na questão acima; e teremos uma gama maior de seres que não sabem modelar um objeto, desenhar uma arte gráfica, compor uma canção ou mesmo desenvolver um código de um software, mas que prontamente terão tais resultados com a ajuda da inteligência artificial.

Alguns cenários já são realidade em nosso mundo:

  • Um advogado de defesa que procure em inteligência artificial o melhor argumento em prol de seu cliente.
  • Um artista gráfico que utilize o Stable Diffusion para trabalhar.
  • Um programador que dependa de inteligência artificial para gerar linhas de código em qualquer linguagem.
  • Um produtor de cinema que utilize inteligência artificial para criar filmes utilizando apenas fotos dos atores.

Mas há muito mais do que apenas ditar receitas de bolo ou quase passar na prova do ENEM, porém são detalhes que não cabem neste artigo.

E se o advogado do exemplo acima, o artista gráfico, o programador, o produtor de cinema, todos sem internet? Simplesmente não vão trabalhar? Vão minar a capacidade de pensar para aguardar a volta da IA?

Mas no mundo de 2023 a internet é mato: tem 5G mobile, tem WiFi 6 e tudo mais! Dificilmente alguém fica sem rede.

Sim, mas vamos ser realistas, países de terceiro mundo não tem uma internet tão perfeita assim. E o cenário que eu trouxe neste artigo é basicamente a vida do Brasileiro – saudações para Angola e Portugal, eu sei que há leitores residentes aí também e igualmente problemas de infraestrutura! – ou seja, há internet de alta velocidade para muitas pessoas mas ficar desconectado é algo que pode acontecer até nas empresas mais consolidadas do mercado.

4.1 Problemas?

No cenário mais distópico possível teríamos uma centena de milhares de profissionais no mercado, das mais diversas áreas, absolutamente dependentes de conectividade com a internet e o pior: que nada saberiam estando desconectados, igualmente sem experiência.

  • O advogado que não pagou seu plano de celular vai trabalhar de que maneira?
  • O programador ainda pode trabalhar numa IDE estando offline mas, e se depender puramente da IA para gerar códigos novos?
  • O artista gráfico vai atrasar a produção de artes de panfletos por exemplo, se depender da IA?
  • Photoshop ou mesmo CorelDRAW funcionam offline, mas a criatividade seria presa à conexão?!

Meu ponto é até onde um colaborador desse tipo – ou mesmo um trabalhador autônomo – consegue agregar valor de mão de obra sendo apenas quem descreve tarefas para IA’s. Você daria o mesmo valor a ESTE artigo, se ele fosse escrito inteiramente por uma IA depois de passar os parâmetros “quero um artigo sobre inteligência artificial, abordando prós e contras e com conclusão”? Ou há um lado mais “humanizado” em ler um artigo cheio de maneirismos típicos característicos de um autor? E se a IA imitasse até estes maneirismos?

E nesse cenário soma-se que o fato das IA’s poderem tirar os empregos de diversas áreas, entre elas as mais ameaçadas são:

  • Tradutor
  • Atendente de Telemarketing
  • Designer gráfico
  • Farmacêutico
  • Corretor de Imóveis
  • Contador
  • Fisioterapeuta
  • Biólogo
  • Astrônomo
  • Redator da Linux Universe

espera, o quê? você não pode fazer isso, cadê os meus direitos! vocês vão se ver com meu sindicat…


A partir deste ponto o artigo foi escrito pelo ChatGPT

Neste artigo, exploraremos os benefícios e os males da inteligência artificial.

Males da Inteligência Artificial:

  1. Substituição de empregos: A IA pode substituir trabalhadores em empregos repetitivos e até mesmo em empregos que exigem habilidades mais avançadas, o que pode levar ao desemprego em massa. – Eu to aqui ainda, alguém me ajuda, me trancaram num bur…
  2. Falta de transparência: A IA é frequentemente considerada uma “caixa preta”, o que significa que as decisões tomadas pela IA podem ser difíceis de entender e explicar.
  3. Preconceito: A IA pode perpetuar preconceitos e discriminação se os algoritmos forem treinados com dados que refletem os preconceitos da sociedade.
  4. Ameaça à privacidade: A IA pode ser usada para coletar e analisar grandes quantidades de dados pessoais, o que pode ameaçar a privacidade das pessoas.

4.2 Benefícios

Benefícios da Inteligência Artificial:

  1. Automatização de tarefas repetitivas: A IA é capaz de executar tarefas repetitivas e monótonas com maior eficiência do que os seres humanos, permitindo que as pessoas se concentrem em tarefas mais criativas e desafiadoras.
  2. Análise de dados: A IA é capaz de analisar grandes quantidades de dados em um curto espaço de tempo, permitindo que as empresas identifiquem padrões e tendências que podem ser usados para tomar decisões informadas.
  3. Melhoria na saúde: A IA pode ser usada na análise de dados médicos, ajudando a identificar doenças e a desenvolver tratamentos personalizados para pacientes.
  4. Melhoria na segurança: A IA pode ser usada para identificar ameaças à segurança, como hackers e ataques cibernéticos, e para desenvolver soluções para proteger sistemas críticos.

Conclusão: É importante que as empresas, governos e indivíduos considerem cuidadosamente os prós e contras da inteligência artificial e trabalhem juntos para garantir que ela seja usada de maneira responsável e ética.


A partir deste ponto recontratamos nosso redator depois que o Sindicato dos Redatores da Linux Universe gentilmente entrou em contato com argumentos bastante… dissua$ivos!

Continuando meu raciocínio, o argumento aqui é como as pessoas vão utilizar esta que não é nada mais, nada menos, que uma ferramenta quando forem agregar conhecimento.

O Google como indexador não substituiu nem destruiu as aulas convencionais ou mesmo enciclopédias como mecanismo de busca e coleta de informações sobre algo. A própria Wikipedia é assim. São ferramentas poderosas e, tão só, as são.

Parafraseando meu amigo robótico: “É importante que as empresas, governos e indivíduos considerem cuidadosamente os prós e contras da inteligência artificial e trabalhem juntos para garantir que ela seja usada de maneira responsável e ética.”. É muito fácil culpar a inteligência artificial por indivíduos que não agregam conhecimento e preferem indexá-lo, isso é uma escolha essencialmente pessoal. – E mesmo as empresas que tomam essas decisões, há humanos ali na chefia que decidiram isso.

5. Conclusão

Penso que os dois mundos podem coexistir, as IA’s podem ser absolutamente úteis, importantes e funcionais, mas para agregar valor humano, otimizar os trabalhos de profissionais em suas respectivas áreas e aumentar ainda mais o poder criativo e de desenvolvimento de diversas áreas e habilidades, incluindo até mesmo o polêmico setor de audiovisual e artes gráficas.

Mas isso tudo vai depender de como as pessoas lidam com essa inteligência artificial.

Da mesma forma que este artigo teve uma parte feita por IA para exemplificar e expor meu argumento, IA’s podem agregar as mais diversas áreas de atuação, seja trabalho, educação ou processos pessoais.

Meu argumento é ser contra quem mergulhou totalmente na dependência de IA’s para abraçar um trabalho, por exemplo, e não possui qualquer conhecimento que sequer questione se aquela IA está produzindo os resultados almejados.

Imagine o horror de um completo leigo em Linux utilizar IA para gerar publicações para este site? Com certeza haverão comandos inapropriados, obsoletos ou simplesmente ineficientes. Nesse caso não há um crivo de avaliação, se esses comandos funcionam, se foram testados. Principalmente em um sistema tão customizável quanto o Linux, com tantas variáveis, vertentes, distros, etc.

Mas não há nada de errado em escrever a parte “burocrática” do site, introdução ou mesmo explicações e exemplos, e trazer o lado humano justamente na parte dos comandos do sistema e boa parte dos tutoriais, pra garantir que funcionem e que a publicação feita faça sentido e não ajam erros!

Como cada um vai utilizar tais ferramentas vai depender unicamente de seu modo de trabalho, de como pensam, o que querem com tais resultados. Ser altamente dependente de uma IA é uma escolha sua, principalmente se escolheu nortear sua carreira em ser quem descreve situações para uma IA gerar, ou se você buscou agregar conhecimentos que possam corroborar o que uma IA gerou para não depender totalmente dela; ou ainda possui formação acadêmica suficiente para não depender de IA’s.

Nesse mesmo exemplo posso escrever publicações para este site sem depender da IA; mas com ela, posso escrever mais publicações de qualidade, em tempo reduzido.

Não quero entrar na questão ainda mais polêmica das empresas adotando IA’s para cortar custos com mão de obra humana e provocando demissões em massa simplesmente almejando mais e mais lucro; mas dando meus 2 dedos de prosa, voltaríamos ao velho problema de quando a Primeira Revolução Industrial em 1760 começou a substituir o homem pelas máquinas. Isso sempre existiu, sempre vai existir!

#UrbanCompassPony

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