Fortíssimos investimentos da Valve podem tornar 2022 o ano do Linux, ao menos na área gamer? Configura nossa análise neste artigo!
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Nota: Este artigo possui caráter pessoal e é de cunho informativo porém também opinativo. Peço discrição ao lê-lo.
Introdução
Já abordamos anteriormente a correlação entre o Linux como uma Solução para empresas, usuários domésticos e outros. De forma sintética, aquele sistema que se torna uma Solução, é o que vai dominar o mercado, por abranger as necessidades, ser a solução, para os diversos problemas da maioria das pessoas naquele meio. E tal qual, é por isso que o Windows ainda domina o mercado: Ele é o que ainda trás a maior parte das soluções de software para a maioria das pessoas e empresas.
Hoje, a abordagem é gamer; O Linux como solução para quem quer jogar! De início, trago alguns questionamentos:
- Quais aspectos tornam um sistema uma solução gamer?
- Quais os esforços da Valve para tornar o Linux como Solução Gamer?
- 2022 pode ser o ano do linux, ao menos, a nível gamer?
- Até onde essa ação da Valve pode influenciar outras empresas?
- Até onde os usuários Linux num geral poderão ser beneficiados de tais melhorias/investimentos?
Como mencionado o Windows é uma solução em diversos aspectos e antes de adentrar o mundo da Valve, precisamos deixar alguns pontos esclarecidos.
1. Solução
O que torna um sistema uma solução, principalmente gamer, são alguns fatores:
- Ser amigável
- Ter liberdade
- Ser funcional
- Ter aplicações
Ser amigável entra a interface, ela funciona. Qualquer um que não teve contato com tecnologia antes vai bater o olho e se identificar, entender. Ser intuitivo. Essa é a principal característica de um videogame como o PlayStation ou o Nintendo Switch, você compra o console, compra um game, liga, joga… Não tem muito o que ser feito e os menus são amigáveis.
O Windows de certa forma tambem é assim: A interface é amigável, a Windows Store facilita acesso a diversos títulos; tal qual a instalação e suporte de outras lojas como a Steam, a Epic Store e etc, também é facilitado e funcional. E dessa liberdade, entramos na funcionalidade.
O Linux peca na funcionalidade ao não rodar nativamente ou no mínimo decentemente certas lojas e games, e o problema de ter aplicações compatíveis, devido a sistemas anti-cheat – os jogos até rodam, mas as empresas não tem interesse em colocar o WINE em suas respectivas whitelists e permitir rodarem no linux.
Diante desse caos na forma de software, temos a Valve trazendo um pouco de luz á questão!
2. Valve
A Valve possui uma longa relação com o Linux na área gamer!
Relembrando:
- SteamOS foi lançado em 2013
- A primeira Steam Machine foi lançada em 2014
- A camada de compatibilidade Proton baseado no WINE chegou em 2018
E neste ano de 2022, temos a estreia do Steam Deck, um console portátil que veio competir como uma solução poderosa pra quem quer rodar games da Steam – e de outras lojas, talvez?!
Com código aberto e pesados investimentos, a Valve já fez diversas parcerias, como a CD Projekt Red que está garantindo que a saga The Witcher – e outros títulos – estejam adequados no Steam Deck; enquanto enviou um exemplar do equipamento para a equipe do Lutris pra auxiliar no desenvolvimento do Lutris pro console! O esforço é grande, e as mudanças estão caminhando a passos largos.
Mas qual o interesse da Valve com tudo isso?
2.1 Interesse comercial
Uma antiga teoria – eu pessoalmente concordo com ela – diz que: a Microsoft tem pretensões de tornar o Windows um sistema gamer definitivo casado com o ecossistema do Xbox – e isso já é uma realidade com o Xbox Game Pass e outros recursos legados.
A questão é que isso tenderá a prejudicar as demais lojas de aplicações e games, uma vez que a Microsoft Store é nativa do Windows e com poucos movimentos comerciais a Microsoft poderia minar, enfraquecer outras lojas. Isso seria o pontapé pra, a longo prazo, promover a Valve a abraçar um nicho que a Microsoft não dominou: O Linux!
Com tudo em mente, vamos á questão: 2022 pode ser o ano do linux?
2. 022
Uma das questões é que a Valve está trabalhando intensamente pra que o WINE/Proton permita executar anti-cheates, um dos recentemente suportados foi o Easy Anti Cheat (EAC) de alguns games. Além disso a Valve também está trabalhando duramente pra aumentar o mais rápido possível a lista de títulos oficialmente testados e suportados pelo Steam Deck! Até a data desta publicação, a lista já havia passado dos 1.200 títulos.
O plano da Valve é que TODA, sim meus amigos TODA a biblioteca Steam – mais ou menos 10.000 games – sejam e estejam compatíveis com o SteamDeck! Aos passos que a Valve está, isso deve ser conseguido antes do fim do ano.
Paralelamente, a Valve também está expandindo o Proton com mais e novos recursos, já proporcionando uma possibilidade exclusiva que o WINE bruto não possui: Executar games com DirectX 12!
E não obstante, temos ainda outro trabalho intenso que é o de compatibilizar ferramentas, como os sistemas anti-cheat de alguns títulos; e também a possibilidade, em consequência, de instalar lojas paralelas.
Sim, a Valve quer permitir, incentivar, que outras lojas possam ser instaladas no sistema: Seja a EpicStore ou ainda a loja do Itch.io e GOG.com, da Rockstar Games, entre outras.
O SteamDeck é pra ser incentivado, usado e modificado a bel prazer de quem desejar!
Com exceção do Windows 10 e 11, cujo suporte é não oficialmente suportado e cujo desempenho é, até o momento, péssimo no hardware.
E após isso, fica uma dúvida: O quanto isso deve afetar a indústria?
3. Influência
Com a Valve gastando um dinheiro absurdo investindo no sucesso do SteamDeck, e claro, investindo em drivers e games para o Linux, fica a questão: Por que outras empresas não fazem o mesmo?
E essa pergunta é um ponto crucial para o Linux. A ideia é que, com a forte influência da Valve nesse mercado, isso force outras empresas a verem o Linux e/ou o SteamDeck com bons olhos, como oportunidades de aumentarem seus lucros.
Afinal, se o SteamDeck vender bem, quem não entrar nesse mercado vai perder uma oportunidade de ganhar dinheiro.
Além disso, isso deve, com o passar do tempo, abrir as portas para outros softwares, porque vai trazer uma imagem ao mercado: Se uma empresa não lançou tal produto para Linux, não é incompatibilidade ou problemas adaptativos mas sim pura incompetência ou desinteresse. E essa ideia, vindo forte, criará uma pressão natural que fomente lançamentos para o Linux!
Imagine o SteamDeck e soluções posteriores pressionando outras gigantes:
- Ah a Adobe não lança sua suíte de edição para Linux por desinteresse.
- O AutoCAD não existe no Linux por incompetência da Autodesk.
- Determinada empresa de games não portou um de seus jogos ou não ajudou a Valve a porta-lo para o Linux por falta de visão mercadológica.
Em questão comercial, o SteamDeck também vai, mesmo que indiretamente, fechar o cerco quanto á forma como o Linux é visto.
- O console portátil que roda toda a biblioteca Steam executa sob Linux? O tal Linux deve ser bom mesmo!
- Eu quero um console desses, melhor que outros consoles e com as liberdades de um computador!
E por aí vai. E os benefícios não param por aí!
4. Benefícios
A Valve prometeu em breve lançar o sistema do SteamDeck para ser utilizado em computadores comuns, o SteamOS 3.0. – E claro logo que tivermos ele no mercado faremos uma análise cuidadosa aqui na Linux Universe!
Todas as melhorias do Proton, as otimizações, compatibilidade, suporte, games, anti-cheats, serão trazidos do SteamDeck para os computadores. Ou seja, ninguem vai precisar comprar um SteamDeck para ver as maravilhas que o SteamOS 3 é capaz de fazer.
O que estamos vendo de melhorias no console hoje estarão disponíveis gratuitamente para os demais usuários do computador que quiserem usar o Steam OS 3!
5. Conclusão
2022 será o ano do linux?
Eu pessoalmente acredito que sim, a partir do momento que a Valve concluir 2 itens restantes de sua lista de afazeres antes do ano acabar:
- Cumprir sua promessa de que o SteamDeck executará toda sua biblioteca, mesmo que usando o Proton, de forma amigável e simples de configurar.
- Lançar o Steam OS 3.0 para todos e que ele esteja com as otimizações vistas no SteamDeck, aonde quem por exemplo estiver com um computador com processador AMD Ryzen já estará próximo do desempenho visto no SteamDek.
A partir desse ponto, o jogo no mundo Linux começará a virar, definitivamente!
E o que vier após isso, serão mais passos em direção de uma mudança que vai abranger mais jogadores e entusiastas mundo afora, tornando o Linux uma solução gamer completa e definitiva, ao menos, para a maior loja de games que existe para computadores: a Steam!
#UrbanCompassPony
Autodidata, me aprofundei em sistemas operacionais baseados em UNIX®, principalmente Linux. Também procuro trazer assuntos correlacionados direta ou indiretamente, como automação, robótica e embarcados.
Boa analise, espero que o SteamOS 3.0 seja bem sucedido e que revolucione o mercado de games
O Steam OS 3.0 já tá disponível pra download no site da Valve e já são mais de 1200 títulos certificados no SteamDeck(dos não certificados, estima-se que mais de 40% já estão rodando sem tretas), creio que os objetivos estarão concluídos muito em breve.
O SteamOS 3.0 infelizmente ainda não é público pra qualquer um usar em PCs, apenas o SteamDeck contempla a versão 3.0. No site oficial da Valve só temos o 2.0 que ainda era baseado em Debian, enquanto que o 3.0 será baseado no Arch.
Os termos em business, “gamer”, “anti-cheat”, etc, já mostram o rumo desse ramo…
Não quero “game”. Quero jogo, como sempre joguei.
Nunca matei “boss”, só chefão, mesmo.
Não quero seguir moda de iutubeiro ramelento e ficar entusiasmado quando a nova “graPhIc BoArd der RelEase no MaRkeT do Brazil”.
Travas digitais, ainda que anti-trapaça, e aculturação não são para mim.
Não entendo quem gosta de camadas de compatibilidade, ou, sem quebrar a licensa de nome gringo, a compatibility-layer.
Os sistemas GNU/Linux são bem mais leves e poderosos que os Windows. Diferente de 10 anos atrás, já se tornou bem estável e é a melhor opção para quem for desenvolver focando desempenho.
Agora, como desenvolvem pensando em abocanhar o maior mercado (ou “bite the largest market”, em termos técnicos), cria-se um ciclo (“loop”, para os Top Dev ligadões nas Tech News) infindável de reenforçamento do SO da Microsoft:
Uma quantidade de pessoas não larga de vez porque a maior parte dos programas é feita para lá, as desenvolvedoras continuam fazendo programa para um sistema inferior porque é o que mais usam.
Não, não vou bater palma para o corporativismo tóxico e predatório dentro dos sistemas livres.
Para mim, prefiro fazer uns joguinhos toscos e trocar código com colegas e amigos, navegar e garimpar repositórios gits, achar desenvolvedores independentes em uma itch.io e fomentar os joguinhos brasileiros feitos para brasileiros, não para inglês ver (ou, como dizem hoje “para ser estouro nas gringa”). Acredito que somente quando valorizarmos não somente o produto mas o público de nossas terras é que eventualmente poderemos nos preocupar em traduzir para 20, 30 linguas e o business-Americano ser só mais uma delas.
Resumo:
Grandes empresas deveriam tomar o salto e produzir direto para GNU/Linux. Quer jogar o de última geração? Atualize para um sistema de ultima geração.
A comunidade de jogadores e desenvolvedores brasileiros deve focar mais em comunidade – entre nós, não com os gringos. Apostar em ser colônia mais um século não é o caminho para a liberdade.